De professor (a recibos verdes) a livreiro, passando pelo "inferno do telemarketing"

Os ex-colegas que me vêem na livraria mostram-se surpresos. Geralmente felicitam-me e eu não duvido da simpatia com que me desejam as maiores felicidades. Alguns perguntam-me se nem sequer coloquei a possibilidade de continuar a ministrar aulas (digo ministrar para evitar os verbos dar e vender, mais comuns mas menos correctos). Respondo-lhes que não. Para quê continuar a sujeitar-me ao que me sujeitei durante 10 anos?

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Sempre a recibo verde, durante 8 anos seguidos para a mesma instituição, a cumprir horários elaborados semanalmente, a marcar presença em reuniões não pagas, a trazer trabalho para casa, a preencher tabelas, etc. Fartei-me. E se é verdade que tive alguns colegas de quem vou sentir saudades, menos verdade não é que apenas sentirei realmente saudades dos alunos.

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Alguns deles estão a trabalhar noutras lojas ali ao lado, de outros já tinha sido colega em 6 torturantes meses de telemarketing, havendo ainda aqueles que agora são renovados clientes de um mesmo saber. Vender livros é até bastante agradável se comparado com a actividade de vender programas de pseudo-formação profissional ou programas disciplinares completamente inadequados aos tempos em que vivemos. E depois há situações bastante compensadoras.”

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