Democracia em perigo
![]() |
Ilustração: João Fazenda |
Embora o país tenha apresentado um bom desempenho económico nos anos 90 e estar a gerir a sua recuperação da recessão global melhor do que outros países na Europa , ficou sob pressão “injusta e arbitrária dos negociantes de obrigações, especuladores e analistas de crédito”, que “por vistas curtas ou razões ideológicas” conseguiram “fazer cair um governo eleito democraticamente e potencialmente atar as mãos do próximo”.
Fishman diz ainda que as “instituições e políticas económicas” tinham “alcançado um sucesso notável” antes de o país ter sido “sujeito a ataques sucessivos dos negociantes de obrigações”.
Neste cenário, acusa as agências de rating de distorcerem as percepções do mercado sobre a estabilidade de Portugal e de terem minado quer a sua recuperação económica, quer a sua liberdade política, colocando a essência democrática em perigo.
E conclui dizendo que o destino de Portugal deve constituir “um claro aviso para outros países, incluindo os Estados Unidos”, pois é possível que os próximos tempos sejam o início de uma fase de “usurpação da democracia por mercados desregulados”, e em que as próximas vítimas potenciais são a Espanha, a Itália ou a Bélgica, num contexto em que os governos se têm vergado aos caprichos dos mercados de obrigações e das agências rating.






