Denúncia Pública: Quem são os prof. das AEC e como estão a ser tratados pelo poder autárquico e min Educação? | Opinião Rui Beles Vieira

10516625_1089705244377752_6068561031476682601_nPublicado no facebook de Rui Beles Vieira

«DENÚNCIA PÚBLICA (Partilhem: os responsáveis políticos são do PS e PSD/CDS)
QUEM SÃO OS PROFESSORES DAS AEC (Atividades de Enriquecimento Curricular) E COMO ESTÃO A SER TRATADOS PELO PODER AUTÁRQUICO E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO?
Antes de mais queremos agradecer as dezenas de partilhas que já foram feitas a partir de páginas pessoais e de grupos e as mensagens de apoio que estão a chegar sobre esta Denúncia relativamente à situação dos professores das AEC (Atividades de Enriquecimento Curricular) na Junta de Freguesia de Belém, concelho de Lisboa, a qual reflecte a realidade nacional em muitos aspectos.
A nível nacional os professores das AEC desenvolvem atividades de Expressão Dramática, Expressão Plástica, Expressão Musical, Dança, Desporto, Inglês, entre outras. São profissionais que estão, maioritariamente, ligados às áreas artísticas, pedagógicas e desportivas.
Estes professores conciliam estas aulas com outras ocupações, visto que as escolas do 1º ciclo onde dão aulas, normalmente, disponibilizam apenas 5 horas semanais para o desenvolvimento destas atividades de forma a que os pais possam conciliar o seu trabalho (caso o tenham) com o horário dos filhos.
O valor mensal do salário é de 229 euros, ou melhor, deveria ser porque no caso da Junta de Freguesia de Belém (CML), estes profissionais chegam a ganhar apenas 100 euros mensais, visto que têm vindo a ser descontados em dias de interrupção letiva, férias, feriados, greve de auxiliares, etc. etc. Sendo também convidados a trabalhar como voluntários em eventos promovidos pela Junta de Freguesia ou pelo Agrupamento, pois não há lugar a remuneração para além das 5h semanais.
As crianças que beneficiam destas atividades, tanto aqui como a nível nacional, desenvolvem não só as suas aptidões psicomotoras como a noção estética, a autoestima, a coordenação, o relacionamento com os pares e com os adultos, a comunicação verbal, o saber ouvir e o saber argumentar entre muitas outras, incluindo, a sua própria felicidade enquanto seres humanos em puro desenvolvimento.
Apesar de acharmos que um Ministro ou Ministra da Educação têm obrigação de saber isto, o Ministério tem vindo a descartar-se da responsabilidade da contratação direta destes profissionais através das Contratações de Escola e transfere essa responsabilidade para as Autarquias, cujos autarcas, muitas vezes, só se lembram destes profissionais em ano de Eleições Autárquicas; solicitando às Direções Escolares e aos Diretores de Agrupamento que apresentem grandes festas e festinhas com o recurso aos ditos profissionais das AEC.
Não interessa se estes profissionais são contratados, por uma qualquer Associação que vai buscar desempregados ao IEFP e os transforma em estagiários à força para aproveitar as benesses dadas aos falsos empreendedores, se são contratados com regras diferentes e valores diferentes de concelho para concelho. O que, realmente, interessa é que em ano de eleições tudo tem de parecer perfeito para levar os pais a votar na continuidade da mesma força política na máquina autárquica.
A questão pedagógica e dos programas de continuidade pedagógica estão, assim, claramente postos em causa, tornando-se estes profissionais – muitas vezes com qualificações superiores ao próprio Ministro – numa espécie de mão-de-obra barata na Educação e ao dispor dos interesses das máquinas político-partidárias instaladas em muitas autarquias e no poder central.
Professor de Expressão Dramática/musical
Rui Beles Vieira
Nota: As fotos ilustrativas do trabalho desenvolvido, não pertencem ao Agrupamento do Restelo e estão protegidas de forma a salvaguardar o direito à não identidade.

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