Desde há um ano que economia cria emprego só abaixo dos 310€/mês

1000310_4846984704771_399181573_nFace à minima redução da taxa de desemprego o novo ministro da economia, Pires de Lima do CDS, disse que era preciso analisar com cautela, mas que o dado era “surpreendente”; já Pedro Mota Soares, também do CDS e responsável pelo ministério do emprego e segurança social, também pediu “prudência”, mas foi dizendo que este era um sinal de “esperança”. Mas esperança em quê?

Se bem que esteja já totalmente estabelecido que a redução da taxa de desemprego para 16,4% se deve ao emprego sazonal no turismo e na agricultura, é preciso ver que tipo de emprego é que foi criado e qual foi destruído.

De acordo com dados compilados pelo DN, todos os escalões de rendimento perderam trabalhadores, excepto o escalão das pessoas que recebem menos de 310€/mês (ver tabela DN); tendência que a economia tem vindo a acentuar desde Agosto de 2012 (e aqui). Assim, o emprego criado é precário, a part-time e mal pago, enquanto os empregos destruídos foram aqueles que tinham contratos mais estáveis e que eram a full time (ver estatística dos Precários Inflexíveis aqui).

O verdadeiro propósito das medidas de austeridade está a funcionar: o desemprego está a forçar a descida dos salários e alterações à legislação laboral que precarizam as relações de trabalho.

Os cortes adicionais nas pensões e no Estado Social, assim, como o despedimento de mais 30 mil funcionários públicos vão aumentar a recessão e, logo, o desemprego. E por isso é que Pires de Lima e Mota Soares sabem que não podem embandeirar em arco e dizer que saímos da recessão e que o desemprego irá diminuir. É a própria ação do Governo, que será aprofundada com o Orçamento de Estado de 2014, que nos leva ao desemprego, à precariedade e aos baixos salários.

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather