Desemprego continua a aumentar, Governo responde com propaganda

O Governo tentou aproveitar a silly season para nos fazer de parvos e fingir que o desemprego estava a baixar. Depois de algumas habilidades na interpretação das estatísticas, os últimos dados demonstram uma realidade brutal que continua a agravar-se. Perante a evidência, respondeu o homem que está habituado a anunciar mãos cheias de nada. O ministro Mota Soares, na sua nova pasta que inclui o emprego, só conhece a engenharia da propaganda para responder politicamente aos problemas que está a criar: o “Incentivo Emprego” é uma oferta às empresas de 1% do valor do salário para resolver coisa nenhuma.

Depois do estudo da OCDE, o próprio IEFP, no seu relatório de Agosto, reconhece que o número de desempregados aumentou, tanto na evolução mensal (mais 1% face a Julho) como na comparação com igual período do ano anterior (mais 3,2%). Sem surpresa, o fim das relações laborais precárias é o principal motivo para o aumento do desemprego. Mas há ainda um outro dado muito preocupante: o aumento exponencial do desemprego de longa duração, que prova que as razões são das opções que estão a devastar a sociedade e a economia.

Perante este cenário, o Governo, através de Pedro Mota Soares, aposta em criar manchetes e insiste em não enfrentar o problema. Isso não é um acaso, a política deste Governo é o desemprego e o empobrecimento. A medida “Incentivo Emprego” servirá para pouco mais do que anular a pequena contribuição que os patrões terão de fazer, a partir de Outubro, para o fundo que obriga os próprios trabalhadores a financiarem o seu futuro despedimento.

A Mota Soares e ao Governo importa apenas atirar um número para ocupar o espaço mediático: o ministro diz que se vão criar 110 mil postos de trabalho porque sabe que não é verificável, ao mesmo tempo que diz que a medida serve para “dar mais solidez” aos bons sinais na economia e no desemprego. Não é para acreditar, é apenas o esforço já patético de um ministro que julga que pode ser troikista e só dizer coisas boas. Logo ele, que é o carrasco dos trabalhadores precários, é responsável pelo roubo nas pensões e nos apoios sociais e agora também pela tragédia do desemprego.

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