Desemprego imparável

Mesmo com as intervenções cosméticas do IEFP (que fez desaparecer 15.000 desempregados dos registos) a subida do número de desempregados e desempregadas não pára.

O número de pessoas que se inscreveram nos centros de emprego subiu 27,3% no mês de Abril de acordo com dados do próprio Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Os números oficiais são esclarecedores: relativamente ao mesmo mês de 2008 mais 105.294 engrossaram as fileiras dos trabalhadores/as inscritos no IEFP. Assim, no final do mês passado, o número (oficial) de inscritos era de 491.635. O que, somados os 15 mil famigerados desaparecidos, totaliza qualquer coisa como 505 mil. Ou seja, está ultrapassada a temida barreira do meio milhão, o que não constitui novidade para qualquer pessoa com dois palmos de testa, para quem é claro que os números oficiais se encontram a milhas da realidade. A diferença é que, daqui para frente, o governo terá de a assumir.
Mas detenhamo-nos nas estatísticas oficiais, apesar de não sabermos muito bem que credibilidade lhe podemos atribuir.
Ainda segundo a mesma fonte, os que procuram o primeiro emprego representam 92,8%, o que representa um incremento de 29,2% face ao mesmo mês do ano passado. Todos os níveis de habilitação escolar têm sido afectados mas a situação torna-se ainda mais gravosa para os trabalhadores que possuem formação apenas até aos 2º e 3º ciclos do ensino básico. Os desempregados com formação superior aumentaram 13,7% relativamente a 2008.

Para finalizar, um número muito importante para desmontar a lógica de que mais vale ser precário que desempregado: o motivo manifestado por 37,9% (a maior fatia) dos trabalhadores/as para a inscrição nos centros de emprego continua a ser “fim de trabalho não permanente”.

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