Desemprego real 19,1%, 993 mil desempregados
Depois de no mês passado o governo ter pressionado o INE e dos comentadores do regime terem atacado as contas do desemprego, a saída da Estatísticas de Emprego do 1º Trimestre de 2015 revela novo aumento do desemprego. Oficialmente cifrado nos 13,7%, a taxa real estará no mínimo nos 19,1%, incluindo os 280 mil inactivos que o INE exclui sistematicamente das estatísticas. No total são 993,3 mil desempregados em Portugal, tendo aumentado a percentagem de precários e desempregados na força de trabalho: são agora 55%.
Se forem ainda adicionados os trabalhadores subempregados, considerados por algumas organizações como desempregados, a taxa real de desemprego ascenderá aos 23,9%, como 1 milhão e 245 mil pessoas. Há hoje em Portugal 252 mil pessoas subempregadas a tempo parcial. A população empregada continua em declínio com apenas 4 milhões 477 mil pessoas, o valor mais baixo desde o 1º trimestre de 2014.
A retórica da recuperação económica e do emprego continua sem substância, o emprego criado é emprego precário e centenas de milhares de pessoas continuam a ser apagadas das contas oficiais.
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“Se forem ainda adicionados os trabalhadores subempregados, considerados por algumas organizações como desempregados, a taxa real de desemprego ascenderá aos 23,9%, como 1 milhão e 245 mil pessoas.”
É fundamental adicionar os subempregados e todos quanto recebem abaixo do ordenado mínimo a fazer horário completo. Já agora, que organizações são estas que consideram o subemprego como desemprego? Gostaria de saber e arranjar esses números directamente.
“a taxa real estará no mínimo nos 19,1%, incluindo os 280 mil inactivos que o INE exclui sistematicamente das estatísticas”
Gostaria de saber também, se me puderem ajudar, a forma de calcular esses 280 mil inactivos, para mim é importante. É a quantidade de população em idade activa total, menos a quantidade de pessoas empregadas, dá este total, certo? Ou seja um número total, que contabiliza ambos os inscritos no IEFP, como os não inscritos, correcto? Para além de eu própria fazer parte dos desempregados que não estão nas estatísticas, gostaria de escrever sobre o tema, inclusive para sites internacionais. Agradeço se me puderem dar uma ajuda, uns links, etc.
Olá, Maria. Organizações como o Observatório das Crises ou a CGTP contabilizam os subempregados a tempo parcial como desempregados. O economista Eugénio Rosa também assume esta contabilização. Os 280 mil inactivos são identificados nas Estatísticas do desemprego do 1º trimestre de 2015 do Instituto Nacional de Estatística, somando os “Inativos à procura de emprego mas não disponíveis” e os “Inativos disponíveis mas que não procuram emprego”.