Desemprego subiu para máximo histórico de 10,6%
A taxa de desemprego continua a aumentar em Portugal, tendo no primeiro trimestre deste ano crescido para 10,6 por cento da população activa, face a 10,1 por cento no segundo trimestre do ano passado, segundo a estimativa hoje divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Oficialmente existem já 592,2 mil desempregados, mas sabemos que somos muitos mais… As estatísticas não revelam o desemprego encoberto dos que já não acreditam no IEFP, dos que estão no «intervalo» entre recibos verdes, dos que estão a estagiar e são desempregados adiados para daqui a um mês, etc.
Estes valores atingiram um máximo histórico, nunca antes verificado na série de dados do INE que começou a acompanhar a evolução do desemprego em 1983. No mesmo dia em que foram divulgadas estas estatísticas, o IEFP veio também anunciar que o número de inscritos nos centros de emprego em Abril aumentou 16,1% em relação ao ano passado. Quando comparado com o mês anterior, regista-se uma ligeira quebra de 0,2%.
O desemprego traz à luz desigualdades sociais profundas e a certeza de um futuro difícil, quase impossível:
– As mulheres continuam a ser mais afectadas pelo desemprego do que os homens, com a sua taxa de desemprego a situar-se nos 11,4 por cento, face a 9,8 por cento para os homens.
– O desemprego cresceu mais nas mulheres e na população entre os 25 e os 45 anos e ainda entre aquela que tem no máximo o terceiro ciclo do ensino básico.
– A população jovem é a mais afectada pelo aumento do desemprego, com a taxa a subir 2,6% num ano para os actuais 22,7% de jovens desempregados.
– Segundo o INE, na base de 93,6 por cento do aumento global do desemprego esteve a subida do número de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses, que abrangeu 90,2 mil pessoas. Os dados mostram que o número de desempregados que estão à procura de emprego há 12 meses ou mais aumentou 41,2%. No total há 305,1 mil pessoas que estão no desemprego há pelo menos um ano.
Entretanto, perante os números e desrespeitando as pessoas, o primeiro-ministro considerou que “é naturalmente muito preocupante a situação de desemprego” que continua por isso a ser a “principal prioridade” do Governo. Felizmente, temos a ministra do Trabalho para repor sinceridade e não só descaramento. Além disso, as prioridades deles já as conhecemos e contestámos, por mais que eles tentem esconder: Centrão esconde nova reforma laboral.
Dia 29 de Maio lá estaremos na grande manif de protesto e seremos muitos/as – tolerância zero ao desemprego, à austeridade, à precariedade, à exploração, ao Governo e aos seus parceiros de danças de salão.
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