Despedimentos em Saldo podem ser para aplicar a toda a gente

Segundo notícia do DN de hoje sobre a redução das indemnizações em caso de despedimento, o governo parece preparar um desmentido de si próprio em favor dos patrões e em prejuízo dos trabalhadores (difícil seria arranjar um exemplo inverso): “há membros do Governo que simpatizam com o modelo aprovado este ano em Espanha, o qual pode baixar os custos das empresas com as indemnizações. O Ministério do Trabalho admite que está tudo em aberto. “É mais um elemento entre muitos a discutir”, diz fonte oficial. O secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, admitiu ao Público ser “possível jogar com as duas coisas [tecto máximo e valor mínimo].

Já tínhamos registado aqui as nossas dúvidas sobre se os patrões iriam ficar satisfeitos com a decisão do governo de baixar as indemnizações sobre despedimentos apenas para novos contratos. Desde logo, escritórios de advogados ligados ao poder (ex: PSD) tinham afirmado que a medida servia para muito pouco, ou seja, assim os patrões não podiam fazer aquilo que pretendiam: despedir muito mais barato e desde já.

Se relativamente ao Fundo de Despedimento o governo parece não ter grande espaço para voltar atrás com a palavra, já neste caso, reduzir as indemnizações em caso de despedimento, a anterior palavra do governo pode não valer em nada. Os patrões pretendem uma nova e interminável época de saldos: pague um despedimento, e despeça dois.
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