Docentes dos politécnicos em vigília na residência oficial do PR

Conforme já tínhamos anunciado aqui, os professores e professoras do ensino superior politécnico estão em luta contra a precarização e as inustiças nas relações laborais no sector. Durante a noite de hoje, o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) está a organizar uma vígilia em frente à residência oficial do Presidente da República. O objectivo é responsabilizar Cavaco Silva e convocar a sua “capacidade de influência”. É mais uma mobilização contra o novo Estatuto da Carreira – imposto autoritariamente pelo Governo e, em particular, pelo ministro Mariano Gago – que não garante a regularização desta situação nem quaisquer direitos a quem lecciona há muitos anos em situação precária. Em particular, os professores contestam o novo “regime de transição de carreiras”, que os torna descartáveis e precários sem perspectivas. Depois da precariedade ilegal, o receio é agora de despedimentos generalizados e sem direitos.

Segundo a Lusa, concentraram-se cerca de cem professores em Belém nesta noite de quinta-feira, em mais uma prova de que estas pessoas não parecem estar dispostas a aceitar a precariedade como única alternativa.

Gonçalo Xufre, dirigente do SNESup, diz que esta acção de protesto pretende denunciar “o processo injusto que a tutela quer impor à força”, sensibilizando o Presidente Cavaco Silva para esta “injustiça” e para que não promulgue as intenções do Governo nestas condições.

Manuel Monteiro, um dos docentes presentes, explica porque esta proposta é inaceitável: “não temos garantias nenhumas, em qualquer momento podemos ir para a rua sem qualquer tipo de indemnização, basta que o conselho directivo de uma escola decida assim”.

Além da vigília, a greve às avaliações – que vem paralisando, como é sabido, os exames em muitos institutos – continua até ao final do mês. Estava inicialmente prevista para ocorrer entre 6 e 13 de Julho, mas a grande mobilização dos professores e a intransigência do Governo levaram os professores e professoras dos politécnicos a continuarem esta forma de luta.
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