Dura auteridade, sed austeridade?
O Governo apresentou ao país o PEC3 que é, junto com a primeira e segunda versões, uma receita de corte salarial ao estilo do Fundo Monetário Internacional dos anos ’80 e ’90 (e que nunca deu bom resultado na America Latina e na Ásia), uma receita de corte nos mais pobres, uma receita de corte nos serviços públicos, uma receita de perseguição implacável aos que estão desempregados, uma receita de aumento desmedido dos impostos e sem nenhuma solução para o emprego.
Mas os vampiros pedem mais sangue: Gúrria, da OCDE, exigiu uma reforma laboral com vista ao aumento da precariedade e a redução dos salários; o representante da UE para a economia aclamou o PEC3 dizendo que era hà muito necessário; José Sócrates deu ontem entrevistas a 2 jornais norte americanos garantindo que as medidas de austeridade tinham sido pensadas para “acalmar os mercados”.
A questão do défice é apenas um pretexto: os EUA estão a conseguir sair da recessão à custa de um défice de 11% e o resultado das medidas de austeridade brutal na Irlanda apenas serviram para a forçar um novo bailout aos bancos que levou o défice daquele país aos 32%.
Não há saída do ciclo da recessão sem investimento público e não se pode dizer que um Estado que escolhe lançar um hecatombe sobre os mais pobres e remediados uma Democracia
A austeridade não é uma fatalidade, é plano, um conjunto de escolhas. É um plano para reduzir todos os direitos sociais na Europa. É um plano para deixar quem nos lançou na crise ainda mais ricos. É um conjunto de escolhas contra nós.
É altura de uma resposta tão brutal como a austeridade sem limites. É altura de falar com tod@s @s que conhecemos, na rua, no café, no facebook, na escola, no trabalho, e desmontar a falsa inevitabilidade. É altura de pintarmos murais, escrevermos panfletos, manifestos, posts, jornais, cartazes, tweets, de actualizarmos estados, dizendo que não à austeridade. É altura de reunirmos com todas as pessoas que conseguimos, com todas as organizações de pessoas afectadas pela austeridade: trabalhadores, precários, migrantes, LGBT, anti racistas, pessoas da cultura, ambientalistas, associações dos bairros, associações de estudantes, todos e todas. É a altura das acções de protesto e de confronto, das mais simples às mais elaboradas. É altura de nos mobilizarmos e de nos juntarmos a uma resposta unitária e diversa, de todos os quadrantes. É altura de apelarmos à GREVE GERAL e de não esgotarmos aí a participação.
Ricardo Santana
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