Economia reproduz precariedade :: Contratados a prazo aumentam, Direitos e Salários diminuem

O JN divulga hoje que os trabalhadores precários contratados a prazo continuam a ser a mão-de-obra preferencial das empresas nacionais. Segundo o jornal, “No final de Setembro, havia um total de 745 100 empregados com contrato a prazo, mais 56 300 do que um ano antes.” 

Pedro Portugal, indicado pelo JN como especialista em Economia do Trabalho e professor da Universidade Nova de Lisboa, afirma que houve em 2010 um início de recuperação, sem apontar, pelo menos no jornal, o quer dizer recuperação económica, pois foi em 2010 que o número de desempregados bateu, repetidamente, todos os recordes. O especialista afirma que A recuperação é feita sempre à custa do trabalho precário“.
Esta é no entanto, para nós, não uma recuperação da economia mas sim a reconversão do mercado laboral no paradigma da “precariedade para todos”. As empresas, nomeadamente as grandes e mais conhecidas, acumulam lucros milionários baixando a remuneração dos trabalhadores e os seus direitos. Os números do INE comprovam que no 3.º trimestre de 2010 havia 745 100 trabalhadores com contrato a prazo contra 688 800 um ano antes, simultâneamente, estão a diminuir os contratados sem termo (efectivos): são 2 947 800 contra 2 991 800 em 2009, isto é, perderam-se 44 mil postos de trabalho no espaço de 12 meses.
Paralelamente, os dados do IEFP mostram que o “fim de trabalho não permanente” continua a ser a principal causa de desemprego e o Eurostat, usando dados relativos ao 2.º trimestre de 2010,  mostra que há um milhão de precários em Portugal.

Ver:
Mais 56 300 trabalhadores contratados a prazo num ano

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