Editorial do jornal i diz que "é urgente partir a espinha aos sindicatos"
António Ribeiro Ferreira, director do i desde Julho passado, assina hoje o editorial daquele jornal diário. O título é revelador: “É urgente partir a espinha aos sindicatos”. Esta frase brutal recupera o slogan dos sonhos ultra-conservadores que fizeram escola nos anos 80 do século passado, sob os mandatos de Margaret Thatcher ou Ronald Reagan. Segundo o opinador-director, os sindicatos falam de mais e são “uma classe de gente que se imagina dona do país e dos portugueses”. Para lá da debilidade dos argumentos e da sua forma gratuíta e fanática, percebe-se que os incendiários não querem dar descanso a este final de Verão temperado: enquanto tentam intimidar a população e as mobilizações legítimas que vêm aí, sucedem-se as provocações aos sindicatos e ao movimento social.
O tom aparentemente radical destas ofensivas, além de pretender desviar as atenções do ataque sem precedentes que se abate sobre os trabalhadores e o conjunto da população, tem como objectivo delimitar a acção colectiva e assustar as vítimas da crise. Esta reportagem recente no jornal Público esclarece as razões destas vozes: o sindicalismo e a intervenção organizada dos trabalhadores foram e são a contribuição mais importante para a superação das desigualdades.
É por isso que António Ribeiro Ferreira – que dirige um jornal diário num país em que se impõe austeridade apenas para os mais fracos e onde a riqueza está distribuída da forma mais concentrada na Europa – afirma desesperadamente que os sindicatos “ajudaram a empurrar o país para a bancarrota”. Assim, o senhor director acha conveniente que os sindicatos – ou seja, os trabalhadores organizados – não se pronunciem sobre as decisões económicas no país, cabendo-lhes apenas (ainda?) a tarefa de negociar salários e carreiras (de forma irresponsável, claro está). Nesta visão da democracia, tudo o resto já é demasiado, já significa “meter o nariz onde não são chamados”.
Além de tudo isto, este editorial é uma provocação aos próprios trabalhadores do jornal i, muitos dos quais serão certamente sindicalizados. Os Precários Inflexíveis consideram estas afirmações inaceitáveis e sintoma de ideias que pretendem o desmantelamento das organizações dos trabalhadores. Por isso reafirmamos a importância da organização e da acção colectiva, a nossa determinação na luta contra a austeridade, por alternativas que enfrentem o desemprego, a pobreza e a precariedade. E estaremos na rua e nas mobilizações com todas as pessoas que não aceitam o caminho que está a ser imposto. Sem espinhas.
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Sejamos sinceros: sindicatos devem existir, mas sindicalistas que vivem à conta do sindicalismo é que não. E em Portugal há muita gente que vive encostado ao lugar que ocupa.
Eu gostava de saber quanto ganha o João Proença e o Carvalho da Silva, por exemplo. Sei que o Carvalho é para cima de dois mil euros, por exemplo. E as suas vidas deviam ser cristalinas: o que fazem os filhos? O filho do Carvalho, sei que trabalha (ou trabalhou) para a PT, como gestor. Conseguiu o lugar que ocupa (ou ocupou) de que forma? Mérito ou por ser filho de quem é?
Não sei as respostas. Mas devia saber, pois quem ocupa lugares na Função Pública ou de extrema visibilidade, como os sindicalistas, deviam ter a vida aos olhos de todos, pois são os trabalhadores, que ao pagar as cotas, alimentam o seu nível de vida.
E sejamos honestos, para aquilo que eles fazem, praticamente nada, apesar de falarem muito, é um excelente ordenado. Qualquer jovem com «sangue quente», no lugar deles, já teria conseguido mais e melhor para todo o povo.
Mas como estamos em Portugal, tudo é uma peça de teatro; uma farsa; em que todos se esticam a toalha, para comerem todos à mesa.
Quando vejo sindicalistas a pedir 4% de aumentos de salários para a Função Pública, dá-me vontade de rir. Deveria-se era aumentar de todos e não da FP. A FP que se lixe, nem que seja uma vez na vida. É preciso é aumentar quem ganha 485€, não quem é administrativo numa Câmara qualquer, e sai de lá todos os meses praticamente com 700€. 700€ para 485€, num país como o nosso, ainda é muito.
Este país é uma farsa. Seja políticos, seja sindicalistas, seja até o vosso próprio movimento (e o M12M). Tudo uma autêntica farsa. Não há nada genuino, real, que lute por todos. Toda a gente tem o seu «rodriguinho» por que lutar. E quando assim é, não vamos longe.
Esta figura, acredito que se inspira para escrever, em Heinrich Himmler , Joseph Goebbels , ou mesmo Silva pais…. que Deus lhe perdoe !!!!!
Esta figura é director de um jornal..?
Devia era ir pastar cabras talvez essas aceitem teses tão primárias e brutescas sem protestar.
Gostava de saber o que tem a dizer o 1º comentador Anónimo que aqui afirma: “Todos esticam a toalha, para comerem todos à mesa.”, sobre esta notícia que nunca foi refutada até agora… Não deve conhecer a Constituição da República Portuguesa ou então só veio cá ver o “baile”…
03 Agosto 2011 | 09:46
Jornal de Negócios Online
Patrões e sindicatos recebem todos os anos 500 mil euros do Estado por causa das reuniões de Concertação Social.
Eis o Weblink
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=499567