Elites andam preocupadas

A Renascença ouviu três antigos Presidentes da República, que se mostraram preocupados coma situação em Portugal em 2009, em particular com o aumento do desemprego.

Mário Soares teme que Portugal fique “ingovernável” por via de protestos relacionados com uma taxa elevada de desemprego.

“Acho que o ano de 2009 vai ser um ano muito difícil, muito mais. Eu sei que o Primeiro-ministro deu a entender que as coisas vão melhorar em 2009. Sobre certo aspecto ele tem razão, mas o grande problema é o desemprego e a falência das grandes empresas e das pequenas empresas, pequenas e médias empresas. Isso parece-me a mim gravíssimo”, diz.

Segundo Mário Soares, o desemprego deverá aumentar devido a quebras na exportação, com países com a Espanha e a Alemanha. “Isso vai ser grave e com muito desemprego é evidente que poderá haver uma situação complicada. Sendo um ano de eleições pode haver muita espécie de revoltas, que poderão surgir a propósito de tudo e de nada. (…) O país poderá ficar ingovernável a partir de determinado momento”, sublinha.

Jorge Sampaio pede aos políticos um mínimo de paz e entendimento institucionais e aos portugueses energia face aos obstáculos da crise.

O antigo governante diz que “não gostaria de ver um ambiente político, apesar de haver tantas eleições para o ano, se degradasse ao nível da conflitualidade que não é significativa, que não é importante”.

Para 2009, espera que esta “continua avalancha de coisas insuspeitadas termine para ver se a gente consegue que nos Estados Unidos, na Europa na Ásia e, naturalmente, também em Portugal uma reconstrução, uma recuperação”.

Já Ramalho Eanes espera que o desemprego não ultrapasse os 8,5% em 2009. “A nível nacional creio que temos de contar com o aumento do desemprego. Espero apenas que ele atinja apenas os 8,5% previstos pela OCDE e não atinja dois dígitos, pois a acontecer seria uma situação grave”.

O antigo chefe de Estado espera que a crise financeira mundial origine uma reforma de novas instituições de regulação, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Mundial.

Fonte : Rádio Renascença

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