Em Espanha, mulher despedida por fazer greve é readmitida e indemnizada
Estela Mendo foi despedida do seu trabalho de empregada de limpeza quando decidiu aderir à Greve Geral do passado dia 14 de Novembro. Em contacto com a Oficina Precária, em Madrid, a trabalhadora-estudante conseguiu processar a empresa e esta semana o tribunal obrigou a empresa a readmitir a trabalhadora, a pagar-lhe os salários desde então e a indemnizá-la em 1000€. Vale a pena lutar!
Estela Mendo trabalhava como empregada de limpeza enquanto estudava Psicologia. No dia a seguir à Greve Geral de 14 de Novembro, à qual aderiu, foi despedida pela Ainpro Gestiones Integrales de Limpiezas y Comunidades SL. Com o apoio da equipa jurídica da Oficina Precária em Madrid, seguiu para Tribunal. Hoje, quase seis meses depois, a sentença anulou o despedimento, obrigando a empresa a reintegrar a jovem, pagando-lhe os salários em atrasos e indemnizando-a em 1000€ por danos morais e por quebra do seu direito constitucional à greve.
A empresa tentou argumentar que o despedimento ter ocorrido a 15 de Novembro seria uma coincidência, justificando-o com faltas de presença, de pontualidade e baixo rendimento, factos que não conseguiu comprovar com os registos da empresa. A juíza conclui que se tratava de uma grave ilegalidade após consulta com o empresário que reconheceu que a carta de despedimento se produziu quando o mesmo recebeu o aviso da trabalhadora de que faria greve.
O despedimento foi assim considerado nulo pela juíza, defendendo a lei do Trabalho e a trabalhadora precária, que foi protegida, algo que raramente ocorre.
Este exemplo, de uma trabalhadora apoiada por uma organização de trabalhadores precários põe em cima da mesa que é possível a quem trabalha de forma precária organizar-se, proteger-se e ajudar-se mutuamente. É a melhor resposta contra o medo, a chantagem, o isolamento e a desinformação com que somos confrontados diariamente. Como dizem os nossos companheiros e companheiras em Espanha: “SI SE PUEDE!”.