Em sintonia

“Não só fomos como continuamos a ser prejudicados em muitas decisões do Governo” – este poderia ser o desabafo de um trabalhador precário (ex: ao lembrar-se do código de trabalho), um qualquer entre o mar deles que a Sonae explora por exemplo, mas não foi, foi mesmo um lamento do segundo homem mais rico do país: Belmiro de Azevedo. Este mesmo lamento, foi título duma entrevista que saíu no seu próprio jornal, o Público. E que vale a pena ler, Belmiro fala sem vergonha do engordar das suas fortunas à custa da exploração, da crise e do desemprego.
Belmiro diz que a cultura da Sonae é uma cultura de mudança em ambientes de crise e que a única lei que “vale a pena conhecer em economia” é “a lei da oferta e da procura”. Está claro, é esta lei que rege a Sonae. É a esta lei que Belmiro, restantes patrões e governantes, querem ver submetidos todos os trabalhadores do País – como se estes estivessem em pé de igualdade com os patrões para poder medir forças – reduzindo-os a uma qualquer matéria prima que abunda no mercado, a baixo custo e com carácter descartável.
Este homem de grandes negócios quer o Estado a governar para os grandes patrões, a compactuar com a exploração e a empurrar a crise para cima dos trabalhadores. Desse ponto de vista não se percebe o seu desagrado, pois estes – Belmiro e Governo – têm estado em perfeita sintonia. Respondem à crise com a intensificação da exploração.
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