Empregabilidade dos Estágios IEFP: taxa real é metade do que disse Passos Coelho
Num debate no Parlamento o Primeiro Ministro anunciou com pompa e circunstância que a taxa de empregabilidade das pessoas que frequentavam estágios profissionais dos IEFP era de 70%. No entanto, as estatísticas dizem que apenas 1 em cada 3 pessoas encontram emprego na empresa onde estagiaram.
De acordo com os dados do próprio IEFP, de janeiro a outubro de 2014 houve 20.531 pessoas a fazer estágios nos IEFP, mas apenas 6.881 ficaram empregadas onde tinha realizado o estágio. Uma taxa de empregabilidade de 33,4%, muito longe dos 70% que Passos Coelho anunciou.
O IEFP, confontado com as perguntas dos jornalistas diz que o primeiro ministro se devia estar a referir à empregabilidade depois do estágio, visto que 33,5% ficam na empresa e outros “40%” encontram colocação noutras entidades. Talvez seja verdade que encontram emprego noutras empresas, mas nada disso pode ser atribuido diretamente ao programa de estágios do IEFP.
O que sabemos é que Passos Coelho e Pedro Mota Soares, ministro do emprego e segurança social, querem fazer tudo para aumentar o número de estagiários, até porque isso mascara a taxa de desemprego. Relembramos que em julho de 2014, as regras dos estágios foram alteradas passaram a ter no máximo 9 meses e a não terem direito a férias ou subsídio de desemprego (sabe mais aqui).
Foi um truque que o governo usou para em ano eleitoral e com o mesmo dinheiro poder aumentar muito o número de pessoas que estão nos estágios.
Mas o debate sobre os estágios não é só sobre empregabilidade.
Primeiro, era necessário que o governo respondesse quantas empresas dependem hoje de estagiários do IEFP para ocupar postos de trabalho permanentes. Em muitas empresas vemos um rodopio de estagiários, sempre para a mesma função. Ou seja, há empresários que usam os estágios como trabalho semi-gratuíto.
Depois, é preciso ver qual é a qualidade do emprego que é criado depois dos estágios. Qual é o salário? Mantém-se a precariedade? Infelizmente, todos sabemos que as respostas a estas perguntas são más.
Passos Coelho torturou os números dos estágios para justificar a tortura que está a fazer aos números do desemprego. Mas as mentiras têm perna curta.
Notícia negócios aqui.
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