Encontros necessários para lutas urgentes
Pensámos esta iniciativa da única maneira que nos parecia fazer sentido: aberta a toda a gente, convocando tod@s @s precári@s e desafiando as contribuições de pessoas que fazem coisas todos os dias e têm muito para dizer. Fizemos do Encontro uma oportunidade para contactar trabalhadores/as e dizer-lhes que vale a pena organizar o contra-ataque precário. Chamámos activistas, não apenas de outros movimentos anti-precariedade, mas também de sectores com que sabemos ser urgente estabelecer diálogo e reflexão – porque queremos ouvir o que dizem economistas sem coluna nos jornais, imigrantes que sabem que são precári@s ao quadrado, estudantes desta nova Universidade-fábrica-de-precári@s, investigadores/as na corda bamba, sindicalistas, intermitentes ou passadores de recibos. Gente com ideias e contributos que não podemos nem queremos dispensar.
Valeu a pena. Muitas ideias, muitas sugestões, várias coisas para passar à prática. Abriram-se novas possibilidades para a acção contra a precariedade, com mais gente. Ficou a vontade de pensar mais actividade conjunta e algumas pistas para os próximos tempos. Fica a satisfação de ter sido possível dar mais um pequeno safanão nas inevitabilidades que nos impingem. Ficou mais uma experiência organizativa, com várias solidariedades que nos fazem aprender. Fica ainda um livro, que lançámos contra a selva da precariedade e a violência do seu branqueamento.
Agora ainda estamos mais convencid@s que a luta contra a precariedade só pode crescer, porque não dá para continuar a viver assim. Não temos medo, mas também não temos ilusões: o percurso de visibilidade e intervenção ainda está só a começar. Precisamos de juntar toda a vontade, toda a abertura e cada vez mais vozes para recusar a chantagem das vidas precárias. Não podemos prometer mais do que tentar tudo o que podemos. E queremos poder fazer cada vez mais.
Tiago Gillot