Enfermeiros denunciam exaustão, greves na área da Saúde na próxima semana
Os enfermeiros têm vindo a denunciar a falta de profissionais e de condições de trabalho, com um forte aumento da carga horária. Falam em “exaustão” e dos riscos a ela associados, bem como da ruptura de muitos serviços de saúde. Perante este cenário, o ministro Paulo Macedo preferiu responder com uma provocação, ao declarar que a exaustão dos enfermeiros se deve ao facto de acumularem trabalho no sector privado. A Ordem dos Enfermeiros veio desmentir Paulo Macedo na passada 5ª feira, reclamando que o Ministério deve reconhecer os “factores de exaustão cientificamente descritos”. Entretanto, os protestos dos profissionais da Saúde continuam na próxima semana, com greves no Algarve e em Santarém.
No Algarve, onde a falta de meios está a colocar em causa os serviços e a obrigar a turnos extraordinários que chegam às 16 horas de trabalho, o conjunto dos profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares da acção médica e administrativos) estarão em greve durante as 24h do dia 22. No hospital de Santarém, a falta de 170 enfermeiros motiva a paralisação entre os dias 18 e 22. Em ambos os casos, como tem acontecido noutros pontos do país, na origem dos protestos está o colapso dos serviços por desinvestimento e falta de pessoal, ameaçando a capacidade de resposta do sistema. Na sua comunicação, a Ordem dos Enfermeiros confirma a gravidade da situação e afirma que “os serviços de saúde portugueses estão em clara ruptura”, apelando ainda a Paulo Macedo que reconheça o impacto “na segurança e qualidade dos cuidados a que os cidadãos têm constitucionalmente direito”.
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