Enfermeiros recusam salários baixos em Odivelas

Ontem em Odivelas quatro enfermeiros resistiram à chantagem da inevitabilidade e recusaram-se a trabalhar em condições indignas. Estes enfermeiros foram subcontratados por uma empresa de trabalho temporário, e deveriam ter iniciado funções numa extensão do centro de saúde, recebendo €4,23 por hora.

Alguns destes enfermeiros já trabalhavam para o mesmo centro de saúde há um ano e meio, recebendo €7,20 por hora. Aquando da terminação do seu contrato, foram informados que iriam receber menos, mas o novo contrato apenas lhes foi facultado na sexta-feira passada.

Os quatro enfermeiros subcontratados decidiram que não aceitavam trabalhar nas condições apresentadas, definindo o contrato proposto como “ofensivo”. Esta atitude corajosa mostra que os enfermeiros não estão dispostos a trabalhar em troca de esmola, e que lutarão pelos seus direitos.
Os profissionais da enfermagem têm assistido a um ataque extremo às suas condições de trabalho, com a precarização galopante das suas vidas, notável pelo recurso à contratação por falsos recibos verdes, assim como a subcontratação por intermédio de empresas de trabalho temporário. Como consequência destas formas de contratação, os profissionais não têm quaisquer garantias de protecção social. Por esta razão, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) avançará com uma paralisação sexta-feira, com a qual a Associação de Combate à Precariedade está solidária.

Esta notícia faz-se saber no mesmo dia em que o FMI anuncia que vai transferir a quarta tranche de ajuda externa a Portugal, por avaliação positiva do desempenho no cumprimento das metas definidas. A pergunta que se coloca é, a que custo?

Notícia do Jornal de Negócios aqui.

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