Espanha »»» A receita da União Europeia e do FMI gera mais desemprego
Em Espanha, um dos países com maior flexibilidade laboral (a par Portugal e Polónia), um em cada dois novos desempregados tem menos de 25 anos. O desemprego ultrapassou novamente os 4 milhões de pessoas em Setembro. O fim do emprego precário sazonal, ligado ao turismo, trouxe o fim dos contratos de trabalho temporário. Segundo o Ministério do Trabalho Espanhol, juntaram-se mais 48.102 pessoas à lista de espanhóis sem emprego, o que eleva o total aos 4.017.763 desempregados.
A receita cozinhada pelos senhores da crise, os tais que não têm nome nem cara mas dirigem os “mercados”, a banca, a especulação e a crise, eles mesmos, forçam os governos fracos dos países mais frágeis a implementar medidas de resgate de lucros, sempre através de violência contra a maioria. O governo espanhol transferiu desde o início da crise para as instituições bancárias e de investimento cerca de 90.000 milhões de euros. Ao mesmo tempo, não tem a coragem de aumentar os impostos sobre as fortunas, baixar os gastos militares (8.000 milhões de euros) ou sequer o financiamento da Igreja Católica (6.000 milhões de euros) e da Casa Real (9 milhões de euros).
Enquanto isto, em Espanha, como em Portugal, a banca vai lucrando com a venda de dívida pública. Os governos não passam hoje de lenços de papel descartável, ao serviço dos desmandos de quem os coloca no poder. Sócrates, Helena André, Vieira da Silva, Passos Coelho, Zapatero ou Merkel, podem ter os dias contados, mas só a rua e a mobilização popular pode demonstrar que não aceitamos mais roubos e uma política que se vende ou se junta a quem nos rouba. A mudança de perspectiva social, de reorganização profunda da sociedade terá de partir da força de quem trabalha e se une contra uma sociedade profundamente injusta. Caso contrário, a receita está dada, austeridade sem limites. Governos em rodopio constante, inimputáveis e sempre respondendo aos mais fortes.
Ver:
Espana va mal (Le Monde Diplomatic)
Portugal, Espanha e Polónia :: Elevadas taxas de trabalho a prazo e de desemprego
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Portugal, Espanha e Polónia :: Elevadas taxas de trabalho a prazo e de desemprego