Espanhois não aceitam austeridade
Continuam os protestos no Estado Espanhol contra os cortes e a austeridade que o Governo do PP está a realizar. Hoje centenas de funcionários públicos cortaram ruas em Madrid contra os cortes nos subsídios de natal.
A este protesto, para além dos professores, os administrativos e dos profissionais de saúde, juntaram-se os bombeiros e os polícias. A luta é de todos. Já se iniciaram também manifestações descentralizadas às sedes do partido do Governo.
A este protesto, para além dos professores, os administrativos e dos profissionais de saúde, juntaram-se os bombeiros e os polícias. A luta é de todos. Já se iniciaram também manifestações descentralizadas às sedes do partido do Governo.
Os movimentos sociais, como o 15M ou a Juventud Sin Futuro, têm-se juntado a estas manifestações, mostrando que as lutas não são setoriais mas sim unitárias, como foi exemplo a marcha dos mineiros até à capital.
A Ass. de Combate à Precariedade está acompanhar de perto estas mobilizações no Estado Espanhol porque é importante compreendermos a dimensão internacional dos combates comuns contra a austeridade que não funciona e piora a situação das pessoas ali, como na Grécia, como na Irlanda, como em Portugal (ver as contraditórias opiniões de Krugman e da Moody’s).
Os Precários Inflexíveis têm de ter uma agenda própria. Esta coisa dos PI andarem meio à deriva e a lutar, apenas, em prol da lei contra a precariedade, sabe a pouco.
Os PI têm mesmo de começar a criar uma agenda pública de discussão de outros assuntos inerentes, também eles, à precariedade.
Começar a trazer temas para debate público.
Por exemplo: por que raio, agora, para qualquer emprego, é-se obrigado a tirar o registo criminal? É mais um modo do Estado angariar mais algum? Perguntei o porquê, numa loja PAC (loja cidadão) à responsável, e ela disse que agora é «obrigatório». Por alma de quem? Vem escrito por lei que é obrigatório tirar registo criminal, para ter um simples e mísero emprego/trabalho? E por que raio é aquele que quer trabalhar, que tem que pagar esse mesmo papel; o registo criminal? Aquele que quer trabalhar, sabe perfeitamente se tem a «ficha» limpa ou não. Quem deseja saber isso, é a entidade patronal. Logo, quem deve ser obrigado a pagar os quase quatro euros por esse papel, deve ser a entidade patronal e nunca o candidato.
Por que raio é que em certas empresas, somos obrigados a indicar o nome dos nossos pais; o que fazem; e com quem vivemos? Isso não tem nada a ver com a minha capacidade de trabalho.
Ambas as situações deviam ser vigiadas e até, no limite, regulamentadas.
Eu gostava de ver os PI a lutar por este tipo de coisas. Sabem, quando um patrão pensa que tem de saber quem são os nossos pais; o que fazem; e julga-se no direito de saber com quem vivemos, começa logo aí a nossa «precariedade», ao «rebaixar» ao patrão.
Está na altura de olharem para estas coisas, sff.
Uma coisa, também irritante, é o facto do empregado ter de dar, por norma, quinze dias ao patrão, para deixar um emprego. Esta norma é ridícula.
Um patrão pode despedir de um dia para o outro, mas o empregado, coitado, se arranjar melhor já «amanhã», não pode, tem de dar quinze dias; carta registada – numa era de contratos verbais; etc.
Isto é de uma acefalice atroz. No limite, o empregado teria de dar cinco dias ao patrão (ou até ao fim da semana de trabalho), e o patrão a mesma coisa, para permitir que o empregado se oriente.
A entidade patronal está sempre acima, quando devia ser o contrário ou, pelo menos, em posição igual. Patrão não vive sem empregados.