Espionagem industrial

ainda a propósito deste post e desta excelente reportagem,
leia-se o artigo de Manuel António Pina

no JN:

“Eu levo mais barato

Quando a minúscula delegação da ATTAC em Lausana anunciou que ia preparar um dossiê sobre as práticas comerciais da Nestlé, a multinacional entrou, ela lá sabe porquê, em pânico.
E tão assustada ficou que terá pago 65 milhões à Securitas para infiltrar um agente na organização e espiar os seus membros, elaborando relatórios pessoais sobre cada um deles. O “Nestlégate” foi revelado pelo canal de televisão TSR e está a abalar a Suíça.
A espionagem de grandes empresas sobre cidadãos “incómodos” repete-se hoje por todo o lado (na Alemanha já envolveu a Lidl, a Schlecker, a Deutsche Bahn e a Deutsche Telekom).
O grande empresariado não se prende a minudências legais para lograr os seus fins, e todos podemos estar neste momento a ser observados pelo “big brother” industrial.
Depois desta crónica, o mais certo é que a Nestlé infiltre também alguém nas minhas relações, mas, por muito menos do que lhe leva a Securitas, disponho-me desde já a contar-lhe tudo sobre mim, até os meus pensamentos mais secretos (por exemplo – e este vai de borla, a título promocional – deixei de comprar produtos Nestlé).”

Manuel António Pina
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