Estupidez rima com ETTs

Na passada sexta-feira, fui assistir a um seminário promovido pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) sobre a nova lei do trabalho temporário. Por engano? Não. Apenas curiosidade e revolta por ser essa mesma seita de ETT, governo e afins de Vitalino Canas que não prescindem de um minuto para continuarem a manter na merda todos os trabalhadores precários.
Obviamente que os participantes eram os gestores de recursos humanos, presidentes e outra panoplia de cargos com mais de 3 nomes, de todas as ETTs, desde uma PT contact a uma Flexilabor, etc, todas na mira de se saberem até que ponto podem explorar os seus trabalhadores de acordo com a lei. Sim porque desobedecer à lei é que não!
Enfim, comecei a ficar enjoada logo na sessão de abertura quando o presidente da APESPE disse que “A precariedade é a falta de formação e valências por parte dos trabalhadores e não qualquer tipo de irregularidade por parte das ETTs“. Aqui eu olhei em volta e as pessoas continuavam a abanar a cabeça para frente (quais Noddys!) acenando a sua concordância. E lá continuou proferindo uma série de coisas bem mais inteligentes, como as leis do código do trabalho são retrógadas e que têm de se actualizar consoante as leis do mercado actual, referindo que o emprego para toda a vida é uma ideia do passado.
No fim esses anormais ainda pediam maior fiscalização e inspeções às ETTs para afastar as ilegalidades e permitir uma competitividade justa entre empresas. Porque se a empresa X tem direito a explorar n emigrantes de forma ilegal e lucra mais com isso é muito injusto.
Explorar trabalhadores, Sim! Competição desleal, Não!
Mas quando é que deixam de ver os trabalhadores como simples uma mercadoria?
Estes senhores acham-se uns reis a dar a oportunidade a “idiotas” de poderem ganhar uns trocos. Acham que um licenciado em sociologia trabalha numa caixa de um supermercado porque tem “falta de valências” e este trabalho é uma oportunidade espectacular!
Mas estes montes de esterco vivem onde? Se as leis que eles ditam fossem aplicadas também a eles próprios iamos ver o seu discurso! Os própios JSDzinhos começaram a sentir na pele a merda que os falsos recibos verdes implicava na vida deles e toca logo de fazer uma petiçãozinha, não querendo anular os recibos verdes mas sim que ao menos recebessem o subsídio de desemprego!
O mal da precariedade não se resolve colmatando aqui e ali.
Há que combater a ilegalidade que é trabalhar permanente como se fossemos temporários e exigir direitos. Não queremos migalhas para nos calar.
Queremos o direito a um trabalho com direitos para que a nossa vida deixe de estar a prazo!






