ETT queixam-se e abrem o jogo

As Empresas de Trabalho Temporário (ETT) também têm sofrido com a crise, pelo menos é o que afirma Marcelino Pena Costa, presidente da Ass. Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego (APESPE). Os clientes, outras empresas, têm pago em atraso e com a dificuldade em aceder ao crédito e com a chatice que é pagar salários, segurança social, impostos e IVA, cerca de 50 ETT já faliram este ano (RIP).


Mas Marcelino Pena Costa faz as contas e refere que não faz sentido que, numa altura em que o desemprego aumenta, o Estado “não dialoga no sentido de encontrar sinergias” para as ETT’s entrarem – ainda mais – no sector público. Lamentou-se ainda que exista um “estigma” relativamente ao trabalho temporário e acrescentou: “Eu costumo dizer que é preferível trabalhar um dia do que não trabalhar, porque se não trabalha perde-se qualificação e isso é preocupante”.

Mas a notícia do Público desta segunda-feira tem um esclarecimento cabal do que este sector – que vive aproveitando-se saprofitamente da recomposição do mercado de trabalho, roubando quase metade do salário aos que caem nas suas garras – pensa e acha: «até no próprio Estado há uma grande confusão entre a compra de prestação de serviços e trabalho temporário e depois acaba-se por “comprar aquilo que é mais barato e que é ilegal que são os trabalhadores com recibo verde”. “É um absurdo que persista esta prática, quando existe uma actividade regulada e regulamentada para efectuar esses serviços que somos nós”.»

O presidente da APESPE esclarece assim que é injusto que todos se possam aproveitar sem escrúpulos da exploração dos seus trabalhadores, visto que as ETT’s são as únicas com alvará para realizar esta exploração. E, sobretudo, confessa que o seu negócio espreita a oportunidade de substituir a ilegalidade dos falsos recibos verdes.

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