Eu também sou uma precária (depoimento enviado ao P-I)
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Quando estava a tirar o curso, acreditava que a melhor ferramenta para ser absorvida pelo mercado de trabalho era conseguir bons resultados. O que aconteceu. E tive um lugar como investigadora… a recibos verdes… assim continuou a vida e apercebi-me então que apenas competência não era suficiente, era necessário haver quem servisse de trampolim, vulgo ‘cunha’ que é um eufemismo para designar corrupção.
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E a vida mudou, algumas investigações, formações, tudo sempre a recibos verdes.
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Além das taxas de natalidade que referiram no anterior post, há a emigração. Aliás pergunte-se porque é o único país que, dentro do contexto da União Europeia é ao mesmo tempo país de acolhimento de imigrantes e continua a ‘perder’ jovens que emigram em demanda de uma oportunidade.
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A emigração tanto de jovens qualificados como de menos qualificados pode ser um indicador das oportunidades ou ‘não oportunidades’ que os jovens encontram nos países de naturalidade.
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E ainda se questiona porque não há consciência de cidadania, participação, pois no meu ponto de vista ia bem mais longe: sentimento de hostilidade com Portugal, os decisores políticos, outros fenómenos mais subtis que tanto envergonham e são até anedota internacional.
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(depoimento enviado ao P-I)