EUA: Debate sobre salário mínimo aquece com protesto dos trabalhadores de fastfood
Os trabalhadores e trabalhadoras das principais cadeias de fastfood estão, desde segunda-feira passada, a realizar o maior protesto de sempre com greves e marchas em mais de 10 Estados dos Estados Unidos da América. A sua consigna é clara: querem o aumento do salário pago no setor, porque com o que recebem empobrecem a trabalhar.
Este protesto nacional lançou um enorme debate sobre salário mínimo nos Estados Unidos da América, tendo sido criada uma campanha para a subida do salário mínimo para, pelo menos, 15$/hora, quando hoje não ultrapassa os 7,25$/hora na maioria dos estados.
A questão não é menor e, como sempre, a fox news pôs os seus comentadores a atacar a ideia de salário mínimo. Um comentador chegou a dizer que aos 16 anos ganhava 2$/hora e que passado pouco tempo estava a ganhar muito dinheiro porque tinha sido promovido a gestor do restaurante de fastfood da sua cidade. O que se esqueceu de dizer, foi que 2$ em 1974 era muito mais dinheiro do que 7,25$ hoje, devido à inflação.
Quem defende que não deve existir salário mínimo na industria do fastfood tem-se agarrado a argumentos errados dizendo que quem trabalha nesses restaurantes são jovens que estão a entrar no mercado de trabalho e que, por isso, os seus salários são necessariamente baixos. No entanto, mais de 85% dos trabalhadores de fastfood têm mais de 20 anos, um em cada quatro têm filhos e metade trabalha em regime de fulltime.
Na verdade, de acordo com as estatísticas, se o salário mínimo de 1968 tivesse acompanhado a produtividade seria hoje de 18,72$/hora, mas na verdade não ultrapassa os 7,25$/hora (ver aqui).
Em Portugal o debate sobre o aumento do salário mínimo também esteve acesso há poucos meses, mas Passos Coelho recusou qualquer subida para os 500€ dizendo que isso iria causar mais desemprego. Assim, o salário mínimo mantém-se nos 485€/mês, o que significa cerca de 2,75€/hora ou 3,63$/hora, bem abaixo do salário mínimo nos Estados Unidos da América.
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