EUA: O modelo da desigualdade que não queremos seguir

Por estes dias os liberais mais agressivos tomaram conta dos governos do mundo. Capturando as democracias, eles estão nas grandes empresas e nos governos, às vezes nos dois, numa rede que se articula com facilidade e impunidade. Os governantes passaram a ser as mãos (por vezes fanáticos) para a aplicação de programas agressivos assumidos de corpo e alma pelos grandes partidos e organizações políticas do status-quo. São imposições, dadas como inevitáveis, defendidas de mão dada entre confederações patronais, grandes empresas e boys formados em aparelhos partidários para o poder (exemplos das escolas do poder: José Sócrates (JS), Passos Coelho (JSD) ou Pedro Mota Soares (Juventude Centrista-CDS)).
Por cá, sabe-se que Passos Coelho e Paulo Portas, pelas mãos de Nuno Crato, já destruiram nos serviços de Educação Pública 3x mais do que a comissão da Troika propunha.  Os serviços de saúde estão sob ataque pelas mãos de um Ministro da Saúde (Paulo Macedo), com ligações às fornecedoras de serviços de saúde do grupo Mello (Médis). A vertigem americana de um modelo individualista, de egoísmo e isolamento do self-made-man, apontada ao sonho europeu de igualdade e fraternidade, é implementada à força diante dos nossos olhos. Vale a pena por isso, saber para onde caminhamos.

Para isso, traduzimos aqui um texto simples divulgado no site alternet.org

5 factos que deveria saber sobre 1% dos americanos mais ricos
04 de outubro de 2011

Enquanto a ocupação contínua de Wall Street por centenas de manifestantes entra na terceira semana – e, enquanto os protestos se espalharam para outras cidades , como Boston e Los Angeles – os manifestantes gritam um novo slogan: Nós somos a 99 por cento.” Esse slogan refere-se a um luta económica entre 99% dos americanos, e, do outro lado, 1%dos norte-americanos, que vão acumlando continuamente uma parcela maior da riqueza nacional em detrimento da classe média.

 
Talvez fique chocado ao saber exatamente o quão rico este 1% dos norte-americanos é. O ThinkProgress reuniu cinco factos sobre esta classe de super-ricos norte-americanos:
1. 1% por cento dos norte-americanos detém 40% da riqueza do país

Tal como o economista, Prémio Nobel, Joseph Stiglitz, aponta , 1% dos americanos mais ricos possuem agora 40% da riqueza da nação. O sociólogo William Domhoff ilustra esta disparidade de riqueza usando números de 2007, onde 1% possuiu 42% da riqueza financeira do país (património líquido total menos o valor da própria casa). Quanto é que os 80% dos cidadãos, a partir do fundo da tabela social detêm? Apenas 7%.

Como observa Stiglitz, esta disparidade é muito pior do que era no passado. Apenas há 25 anos atrás, 1% dos cidadãos no topo da tabela, os mais ricos, detinham 33 por cento da riqueza nacional.
2. 1% dos norte-americanos, os mais ricos, levam para casa 24% do Rendimento Nacional
Enquanto hoje, 1% dos americos, mais ricos, levam para casa quase um quarto do rendimento nacional, em 1976, levavam para casa 9% – ou seja, a sua parte de acumulação da renda nacional quase triplicou em cerca de três décadas.
 
3. 1% dos americanos possuem metade dos Stocks do país, Títulos e Fundos
O Instituto de Estudos Políticos ilustra esta disparidade enorme na propriedade de títulos financeiros, observando que 50%dos americanos da base da tabela social detem apenas 0,5% desses investimentos.

4. 1% dos americanos têm 5% por cento das Dívidas da Nação
Utilizando números de 2007, o sociólogo William Domhoff aponta que apenas 1% são responsáveis por 5% da dívida do país, enquanto 90% são responsáveis por 73% da dívida total.
5. 1% (os mais ricos) estão a acumular mais riqueza produzida no país do que em qualquer outro momento desde a década de 1920
Não só os mais ricos, 1% da população, estão a levar para casa uma porção enorme da riqueza nacional, mas a sua parte nessa riqueza é maior do que em qualquer outro momento desde a Grande Depressão, como o Centro de Orçamento e Prioridades Políticas ilustra neste gráfico usando dados de 2007:

Como Professor Elizabeth Warren explicou: “Não há ninguém neste país que tenha ficado rico por conta própria. Ninguém … Parte do contrato social subjacente é cada um tomar um pedaço e pagar (contribuir) para a a próxima criança (pessoa) que venha de seguida.” Cada vez mais, não é isto que está a ocorrer, dando aos manifestantes razão suficiente para tomar as ruas.
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