Eugénio Rosa (CGTP) afirma que Mota Soares usa cobranças coercivas para os pequenos devedores

O economista Eugénio Rosa, do gabinete de estudos da CGTP, divulgou um texto onde calcula que no fim de 2011 as dívidas à Segurança Social deverão situar-se entre os 8.000 e os 9.000 milhões de euros, acusando o ministro Pedro Mota Soares de não esclarecer qual o valor e escalões actuais das dívidas e quem são os principais devedores . O Ministro Mota Soares realizou há poucos dias uma conferência de imprensa para divulgar as virtudes da cobrança coerciva de dívidas, sendo que teria conseguido no primeiro trimestre deste ano reaver 148 milhões de euros de dividas de cerca de 178 mil devedores. Tal como afirma o economista da CGTP, Mota Soares afasta-se estrategicamente de esclarecer a realidade em que esta cobrança é realizada, pois para um cálculo de média simples, 148 milhões de euros pago por 178 mil devedores, temos uma dívida média de 830 euros por devedor.
Tal como os Precários Inflexíveis vêm afirmando, também o economista da CGTP afirma que Mota Soares parece apostado em criar um sistema de cobranças coercivas que persegue os pequenos devedores, quer sejam os trabalhadores a recibos verdes, nomeadamente os falsos recibos verdes, quer sejam pensionistas, deixando de fora das cobranças a maior fatia da dívida à Segurança Social, devida por outras entidades colectivas. É esta a ética na austeridade de Pedro Mota Soares.

Enquanto foram divulgados dados, de 2005 a 2010, registou-se um crescimento das dívidas à Segurança Social de 2.150 para 7.270 milhões de euros, ou seja, cerca de mil milhões de euros por ano. Sendo assim, a estimativa do economista é de que a dívida se situe (no fim de 2011) numa soma gigantesca entre os 8.000 e 9.000 milhões de euros. Segundo Eugénio Rosa: “É certamente com o propósito de ocultar este escândalo, que Pedro Mota Soares não divulgou o montante actual das dividas à Segurança Social (ou será porque nem sabe?)”
Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather