Eurostat :: Desemprego em Portugal sobe para 10,5%
Se Sócrates fosse o Super-Homem e olhasse para a taxa de desemprego em Portugal, bem que podia dizer “Up, Up and Away…”.
À frente de Portugal (na UE16), segundo dados do gabinete de estatísticas da UE, só mesmo a Eslováquia (13,7%), Irlanda (13,8%, o tal país que funciona(va) muito bem porque a economia estava baseada na iniciativa privada) e Espanha (18,8%).
Mesmo se alargarmos o espectro de análise para a UE27, constataremos que Portugal ocupa um invejável 8º lugar (invejável para quem beneficia do modelo de desemprego/baixos salários).
No gráfico sobre o desemprego (que se pode ver no Eurostat – link abaixo) existe um alinhamento no gráfico à esquerda (ou seja, com menor desemprego) de vários países com melhores condições sociais, melhores salários e maior protecção social. Portugal, pelo contrário, está sem dúvida alinhado à direita do gráfico juntamente com países que mais amplamente têm implementado políticas liberais e que alinham de forma acelerada pelo desmantelamento da produção e pela maior exploração das condições sociais e do trabalho.
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A sua leitura de países mais liberais à direita e mais sociais à esquerda só pode ser por fala de óculos. Vejamos: à esqurda temos países como a Holanda (em que o baixo desemprego é devido à existência de sindicatos unidos e não em luta) e a Dinamarca (o país da flexisegurança), mas tb o UK que não é país menos liberal do mundo. Na parte da direita, está lá a Irlanda, mas tb a Espanha com subsidos de desemprego de dois anos, ou a França…
Ou seja a sua visão simplista, é isso mesmo, simplista.
Caro Anónimo,
Se tivesse lido com atenção o que escrevi, teria reparado que disse que existem vários países com melhores condições sociais, melhores salários e maior protecção social alinhados na parte esquerda do gráfico, e do outro lado países que mais amplamente têm implementado políticas liberais e que alinham pela maior exploração das condições sociais e do trabalho. Não fiz referência à exclusividade de destes ou outros países como o Reino Unido aparecerem ao centro ou esquerda do gráfico.
Este facto que expus (lamentavelmente para si, são factos), indicam que ao contrário do que se diz no mainstream português, não existe relação entre a suposta falta de flexibilidade laboral e excesso de direitos dos trabalhadores em Portugal, e o baixo nível de produtividade da economia e, por fim, da dificuldade de distribuição do que se produz, a riqueza gerada. Aliás, pode indicar até (conclusão que não tirei, se reparou com atenção) que existe uma relação inversa.
Portanto, se houve simplicidade ou ortodoxia na análise, terá sido não da nossa parte.
Um abraço