FCT assume 5 dias de atraso nas bolsas de doutoramento
É com um pequeno parágrafo que Miguel Seabra, Presidente da FCT, informa milhares de investigadores/as que as suas bolsas de julho irão chegar com 5 dias de atraso. Os bolseiros deixam assim de receber as suas bolsas no primeiro dia de cada mês, para ficarem à mercê das desculpas desta entidade pública.
Esta situação contraria as próprias palavras do Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que há cerca de uma semana garantiu ao jornal Sol que “os bolseiros são sistematicamente pagos a tempo“.
Este atraso, justificado por “razões processuais de transferência de fundos“, leva ainda ao incumprimento, por parte da FCT, do Estatuto do Bolseiro, que diz claramente na alínea a) do número 1 do seu artigo 9º (Direitos dos Bolseiros) que “todos os bolseiros têm direito a receber pontualmente o financiamento de que beneficiem em virtude da concessão da bolsa“.
Simultaneamente, a FCT continua a não corrigir os meses que tem em atraso com muitas pessoas no pagamento das bolsas e do seguro social voluntário. Foi para combater estes atrasos que esta quinta-feira a Comissão de Bolseiros da FCUL, a ABIC e o movimento Precários Inflexíveis organizaram uma flash-mob em frente à loja do cientista em Lisboa e no passado dia 20 uma centena de investigadores/as protestaram em Coimbra.
Esta é mais uma agressão aos bolseiros e bolseiras que diariamente dedicam a sua vida a produzir conhecimento científico e a responder às perguntas que a sociedade procura.
Por todos estes motivos a ABIC convocou uma ação de protesto para o próximo dia 5 de julho frente ao Ministério da Educação e Ciência para “mostrar ao Ministro da Educação e Ciência e ao presidente da FCT que as contas da água, luz, rendas e outras que temos de pagar não podem ficar à espera por estes atrasos”.