Feministas voltam ao Parque Eduardo VII
A UMAR juntou mulheres e homens feministas a algumas protagonistas da época e voltou ao local onde tudo aconteceu – em frente ao n.º 28 da Av. Sidónio Pais, em Lisboa, na mesma entrada do Parque Eduardo VII por onde passaram as feministas que protagonizaram aquela manifestação. Ver vídeo.
A 13 de Janeiro de 1975, entraram no parque mulheres feministas para se manifestarem “contra os símbolos da opressão das mulheres que ainda persistiam no Portugal pós-Abril de 1974” mas, comprovando-se o que denunciavam, acabaram a ser insultadas por dois mil homens, que viriam a descrever e a reduzir o acontecimento para a posteridade como um acto de queima de soutiens, que, garante quem nele participou, nunca aconteceu. Ver vídeo.
“Queremos queimar objectos que sejam exemplos da opressão a que estamos sujeitas”, lia-se no comunicado do MLM de 75 que originou títulos nos jornais como “Strip-tease de contestação do MLM organizado no Parque Eduardo VII” (Expresso, 11/01/1975) ou “Auto-de Fé Feminista” (Diário de Lisboa, 13/01/1975).
Mas, Manuela Tavares, membro da UMAR, explica o que de facto se queimou e porquê – aqui, e também fala da actualidade da luta feminista e da desigualdade que persiste nas várias áreas e sectores da sociedade, como o do trabalho.
Célia Metrass, uma das feministas que esteve na manifestação de 75 e que hoje voltou ao Parque, conta a verdadeira história da manifestação, aqui.
Maria Teresa Horta, uma das “Três Marias” perseguidas e julgadas pelo regime fascista porque escreveram as Novas Cartas Portuguesas, também esteve presente nesta celebração, onde fez uma intervenção e lembrou que “as leis mudaram muito, mas as mentalidades muito pouco. É como a pele: a epiderme tem bom aspecto mas a carne por baixo está doente.”
Foi por isso que fomos lá! Queremos contribuir para a cura – é urgente!
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