Fernando Ruas sem pressas para regularizar situações de precariedade nas autarquias
Reagindo ao conteúdo do recente relatório da Direcção Geral das Autarquias Locais, Fernando Ruas, Presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e Presidente da Câmara Municipal de Viseu, declarou que o “problema” existe, mas que se há-de resolver… “mais tarde”.
Fernando Ruas não tem pressa, apesar de saber que tem que vir a correr comentar o escândalo – cada vez mais difícil de esconder – que representa os 25 mil trabalhadores precários que são explorados nas autarquias portuguesas. Tem que responder e, sabe-lo bem, mais rápido do que as suas declarações deixam antever. Embora, infelizmente, se esperem apenas paliativos para desafios permamentes. Tão permanentes quanto as funções desempenhadas por estes milhares de trabalhadores sujeitos a contratos temporários, a prazo ou nem isso. Os recibos verdes estão a ser varridos lentamente para debaixo do tapete da vergonha, mas persistem.
Espanta ver o porta-voz de todos os autarcas falar assim: “estes casos hão-de ter regularização mais tarde”. Ou seja, é ilegal, atropela direitos e vidas de milhares de pessoas, mas não há pressas. Impunidade e descaramento, nas barbas da ACT, do Governo e do país.
Ruas usa ainda o argumento da implementação das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Acha que é uma boa desculpa, porque divide responsabilidades com o Governo neste negócio escandaloso que atira milhares de professores em todo o país para a precariedade e a mais descarada exploração. Nem percebe que as AEC são uma agravante, que não lhe permite sacudir a água do capote. Talvez por isso não tema afirmar que em Viseu “há mais de duzentos [professores explorados ilegalmente nas AEC]”.
Destas e doutras ouviremos falar nos próximos tempos. Vai-se esbatendo, apesar do tom impune, o silêncio que permite todas as ilegalidades. Quer Ruas queira, quer não.
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Em 3 anos o meu filho já teve 5 professores para duas AEC. 2 fizeram o seu trabalho, outros não, nem chegaram a deixar arrefecer o lugar dos anteriores. Qual é afinal, o critério? Qualidade,continuidade e motivação não são. Isto é a precariadade já, neste exacto momento, a afectar a vida das nossas crianças.No terceiro ano??? Mas parece que muita gente quer isto como futuro neste país; ninguém se mexe. Pertenço à associação de pais e estamos todos fulos, conheço outros pais de outras escolas e eles também, aqueles que podem retiram os filhos da escola nesse período, outros não podem.Houvesse menos secretários de autárcas e mais professores e estaríamos a falar de investimento e mudança de atitudes. Mas não! No que depender de mim não fico por aqui.