FMI e governo deixam patrões satisfeitos :: Anseios antigos concretizados

António Pires de Lima
Homem do CDS e gestor da Unicer
O Diário Económico foi conhecer as posições de vários patrões de grandes empresas sobre as medidas que o FMI irá introduzir nos programas do PS, PSD e CDS. Para os patrões, o programa vinga desejos antigos como a baixa da Taxa Social Única e a facilitação e embaratecimento dos despedimentos. Afirmam que é preciso este programa para que a economia se desenvolva e crie emprego. 

Comprometem-se com algo? Claro que não. O FMI passou um cheque-em-branco em nome de todos os trabalhadores assalariados e pensionistas do país.



Segundo o Diário Económico, Depois de terem sido conhecidas as principais medidas que a ‘troika’ prevê introduzir em Portugal, a maioria dos empresários contactados considera positiva as novidades em torno do que foi avançado na área laboral. Em causa, estão os cortes dos descontos para a Segurança Social, por via da redução da Taxa Social Única na parte que é da responsabilidade das empresas – e que a ‘troika’ considera fundamental para aumentar a competitividade da economia.

Paulo Varela – vice-presidente do grupo Visabeira “reduzir a carga fiscal das empresas e fomentar a criação de emprego”

Jorge Martins – CEO da Martifer – afirma que qualquer notícia de redução das despesas das empresas com a Segurança Social “é uma boa notícia”, até porque “prefiro pagar impostos sobre o consumo, que por via da tributação do rendimento”.

César Guimarães – CEO da Alert “uma maior flexibilidade das leis do trabalho encontra do lado dos empresários menores resistências à contratação”. Satisfeito com a redução da Taxa Social Única mas também pelas indemnizações por despedimento passarem a ser mais baratas, com base em 20 dias de trabalho por ano e não em 30, como sucede actualmente. Portugal é, no entanto, um dos países da Europa com salários mais baixos, ou seja, dia de trabalho mais barato.

Mário Ferreira – presidente da Douro Azul – Considera as medidas muito acertadas porque é necessário que “a legislação do trabalho permita despedir quem não está a contribuir para o sucesso da empresa”. O empresário espera ainda algumas bencesses fiscais no que refere como incentivos à contratação de mais trabalhadores são também importantes.

Armindo Monteiro – CEO da Compta – Aplaude a redução de contribuições das empresas para a Segurança Social.

Carlos Barbot – CEO da Tintas Barbot – Sublinha a importância dos aspectos relacionados com a flexibilização da lei do trabalho.

António Carlos Rodrigues – presidente executivo da Casais “no aspecto da flexibilidade laboral estava à espera de mais, em linha com as práticas dos países da Europa”. Para este responsável é necessário cortar os apoios sociais como o rendimento mínimo às pessoas que estão a receber “e que não querem trabalhar.”

Ângelo Correia – Fomentinvest “as expectativas são mais positivas e diferentes do que se esperava até agora. Mas temos de esperar pela apresentação das medidas”

Pires de Lima – Unicer“é um programa mais inteligente e sensível do que o que foi aplicado na Grécia e na Irlanda”.
João Miranda – presidente da Frulact “não estou preocupado com as medidas, a minha preocupação é o que vai acontecer em termos políticos, porque estas medidas não podem ser vistas para implementar nos próximos três anos, mas na próxima década”
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