Gaspar anuncia mais anos e mais austeridade, para além do roubo. A resposta popular é: que se lixe a troika
Foto: Manifestação Que se Lixe a Troika! |
Assim, para além dos cortes salariais permanentes para os pensionistas e trabalhadores do privado e público, o Gaspar anunciou o aumento do IRS para todas as pessoas que ganham menos de 1000€ brutos mensais, a subida do IVA, do imposto de selo, o acelerar do plano de privatizações e apenas um aumento pequeno dos impostos sobre o capital que nada se comparam aos mais de 800 milhões de euros anuais que o Governo ofereceu às 0,1% das maiores empresas em Portugal. E, com o seu tom lento, Vitor Gaspar foi ainda anunciando cortes no Rendimento Social de Inserção e outras prestações sociais, na Escola Pública e no Sistema Nacional de Saúde.
A estratégia do Governo é clara: empobrecer as pessoas rapidamente, sem qualquer pejo e sem sequer o simulacro de negociação em concertação social que realizou em 2011. Razões para o falhanço do programa até agora? Balanços negativos deste caminho? Nada. Apenas violência social sobre quem trabalha.
Por isso, mais do que nunca, os Precários apelam a que todas e todos venham para a rua dia 15 de Setembro protestar e não permitir que nos roubem o futuro.
«A estratégia do Governo é clara: empobrecer as pessoas rapidamente, sem qualquer pejo […] Apenas violência social sobre quem trabalha.»
«Por isso, mais do que nunca, os Precários apelam a que todas e todos venham para a rua dia 15 de Setembro protestar e não permitir que nos roubem o futuro.»
Que fazer? Tudo, excepto manifestações com cartazes, bandeirinhas, palavras de ordem e cantigas de protesto. As últimas mil que se fizeram só provocaram o riso de escárnio de quem anda há anos a destruir o país.
Uma revolução possível passaria talvez pela formação de pequenos grupos em todos os países (que poderiam ser formados por uma só pessoa), gente informada na Internet, gente ainda com capacidade de se mexer, que se proporia eliminar um único crápula de cada vez – um comentador e propagandista vendido, um deputado a soldo, um legislador venal, um governante corrupto ou um banqueiro insaciável.
Sem haver uma revolução com milhares de pessoas que poderia provocar a intervenção de grandes contingentes policiais ou de militares nacionais ou estrangeiros, iam-se assim eliminando paulatinamente, um a um, os canalhas, tornando-os apenas casos isolados de polícia e criando uma sensação de pânico aos pulhas no activo e aos candidatos a pulhas.
Limpando o sebo hoje a um comentador mentiroso, amanhã a um deputado a soldo, no dia seguinte a um legislador venal (pertencendo a um grande escritório de advogados), no outro dia a um secretário de estado ou ministro corrupto, e depois a um insaciável banqueiro ou a um administrados de um banco, mantendo mais ou menos este ritmo, sempre com grupos de limpeza diferentes, as coisas começariam lentamente a mudar.