Governo avança com estagnação e perda salarial
O Governo apresentou esta segunda-feira aos sindicatos a sua proposta para a actualização dos salários da Função Pública, confirmando a opção por uma política de perda de rendimentos.
Um aumento de 8% para o nível remuneratório do salário mínimo (de 705 para os 761,58 euros) apenas garantirá, na melhor hipótese, a cobertura da inflação. Ou seja, estagnação do valor real do salário a partir do próximo ano. Esta deverá ser também a decisão do Governo para o salário mínimo nacional, o que significa estagnação para o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras mais vulneráveis. E, portanto, tornando permanentes as perdas do poder de compra ao longo deste ano. Para os salários até aos 2600 euros (que apanha todos as remunerações baixas e médias), o aumento de cerca de 52 euros significa perda do valor real do salário.
O Governo deixou a inflação engolir salários durante meses. As medidas anunciadas há semanas são insuficientes, não compensam a perda do poder de compra dos salários e representam cortes definitivos nas pensões. Vão dizer-nos que é o possível, que é equilibrado, até mesmo que estão a proteger quem
é mais frágil. Mas a verdade é clara: as actualizações salariais que o Governo está a negociar com os patrões e que está a decidir para a Administração Pública são a confirmação de uma política que empobrece quem trabalha ou vive da sua pensão.