Governo mantém cartas escondidas na manga

Depois da reunião com UGT e CGTP continua a não estar clarificada qual a intenção do governo no que respeita à revisão, ou não, do Código do Trabalho. Depois da notícia do DN que adiantava que José Sócrates pretendia indexar os salários à produtividade do trabalhador, afinal, quase nada de concreto se confirma para já, mantendo os responsáveis do governo um discurso opaco sobre as mudanças necessárias.

Os líderes das duas centrais sindicais, CGTP e UGT, rejeitam alterações ao Código do Trabalho, algo que fica em aberto para o Ministro da Economia, Vieira da Silva, que afirma que é possível “aprofundar mudanças no domínio do Código do Trabalho”. O valor das indemnização devida pelo patrão ao trabalhador em caso de despedimento é algo que João Proença, líder da UGT, afirma poder ser negociado com o governo. Algo que, a acontecer, não será certamente para benefício do trabalhador. Ao baixar o valor das idemnizações será ainda mais facilitada a reconversão do trabalho com direitos em trabalho precário e mais barato.

No entanto, fica a sensação de que algo mais importante pode estar a ser avaliado, e nesse caso, o que se destaca é a estratégia de “cartas escondidas na manga” que Helena André, Vieira da Silva e José Sócrates continuam a utilizar no discurso. Se por um lado Helena André afirma que não vai alterar o Código do Trabalho mas sim “olhar para as potencialidades que nos oferece para podermos melhorar o funcionamento do mercado de trabalho”, já Vieira da Silva e José Sócrates mantêm a linha de alteração do CT.
O segredo continua a ser a alma dos negócios.
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