Governo recusa aos movimentos de trabalhadores precários e sindicatos a correcção da mentirosa pergunta 32 nos Censos 2011
Desde 2008 que os movimentos de trabalhadores precários, nomeadamente o FERVE, apontaram a injustificável rasteira que o questionário propõem na pergunta 32 aos cidadãos, designadamente aos trabalhadores a falsos recibos verdes. Segundo notícia de hoje, também as centrais sindicais apresentaram uma proposta no sentido de ser esclarecido o tipo de contrato de trabalho associado à relação laboral, para que fosse conhecida a dimensão real do trabalho temporário e dos falsos recibos verdes. No entanto, o Conselho Superior de Estatística e o Ministério do Trabalho rejeitaram a proposta afirmando que já existe recolha desses dados.
O questionário Censos 2011 confunde a relação jurídica de trabalho com a relação efectiva de trabalho, sendo que as vidas precárias das centenas de milhar de trabalhadores a falsos recibos verdes são penalizadas por essa mesma diferença. As vidas de milhares de pessoas exigem honestidade da parte do poder político e de políticas públicas que respondam à ilegalidade e à fraude social executada pelas empresas contra os trabalhadores e contra a Segurança Social.
A maquilhagem da precariedade e da impunidade patronal na maior fraude social do país não poderá nunca esconder os cerca de um milhão de trabalhadores/as a recibos verdes, a esmagadora maioria dos quais falsos recibos verdes.
O DN termina a sua peça de forma clara: “Na realidade, esta informação não existe ainda e, no futuro, estará a cargo das empresas.”
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