Graffiti e Mural Político :: debate 26 de Março :: LX Factory

– Queremos discutir se a ausência de recursos económicos é ou não o factor de exclusão que impede o individuo de comunicar em espaço público.
Consideramos que a Câmara Municipal de Lisboa tem intentado um plano de privatização das paredes da cidade. Todos os que não se incluem no modelo proposto pela CML vêem-se expropriados do direito de comunicar em espaço público. Exemplo concreto são as retaliações da CML a movimentos sociais como os Precários Inflexíveis ou o MAYDAY. A CML tem vindo a apagar os murais feitos por estes e outros movimentos sociais. Tendo a CML vários focos de precariedade laboral no interior da sua instituição (veja-se o exemplo do Museu do Design e da Moda onde 70 assistentes de exposição trabalham a falsos recibos verdes), acaba por sentir a necessidade de apagar e censurar todas as mensagens que contenham crítica à sua forma de actuação. 

– Queremos discutir qual a legitimidade das forças de segurança para exercer repressão sobre o graffiti e o mural político.
Temos sentido uma grande hostilidade por parte das forças de segurança, nomeadamente a PSP. Vários elementos dos Precários Inflexíveis foram detidos em 2010 quando realizavam um mural de convocatória para a Greve Geral de 24 de Novembro. Até à data ainda não foram devolvidos os materiais apreendidos. Neste caso a PSP serviu como instrumento de censura sobre uma acção que pretendia dar força a uma Greve tão necessária aos trabalhadores, mas tão indesejada pelo Governo. Importa também recordar o caso dos militantes da JCP, que por realizarem um mural na rotunda das Olaias, foram detidos, humilhados, insultados e obrigados a despir-se na 12ª esquadra (Olaias) em Lisboa.

– Querermos discutir a pertinência de condenar a penas de prisão efectivas alguém que faz graffiti ou pinta murais.
À semelhança do que acontece noutras ”democracias” da Europa, como França, Alemanha, Inglaterra, acreditamos que os poderes políticos em Portugal se organizam neste momento para efectuar as primeiras prisões por graffiti. A opinião pública tem vindo a ser preparada para aceitar e concordar com estas prisões.Com o argumento de que o graffiti provoca prejuízos de largos milhares de euros, tentarão encarcerar estas pessoas. Consideramos inaceitável que se possa prender alguém que apenas luta para contrariar a condição de anonimato e exploração imposta pelas grandes cidades. Prender pessoas por graffiti, é voltar a um tempo onde não queremos voltar. É voltar ao tempo onde se aceita que haja presos políticos, onde se aceita que se criem limites rígidos à liberdade de expressão.

Porque queremos discutir estas e outras questões contamos com a presença de todos neste debate.
Dia 26 de Março, Lx Factory, Quarto com Vista.
Agradecemos à COWORKLISBOA a gentil cedência do espaço para a realização do debate.

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