Grande greve nos aeroportos do país
A administração da TAP e os cinco sindicatos dos trabalhadores* da Groundforce (empresa de handling administrada pela TAP) reuniram-se ontem durante a tarde para chegarem a um acordo que pudesse suspender a greve agendada para hoje, amanhã e para os dias 11 e 12 de Setembro.
Não havendo acordo, a greve não foi suspensa e já durante os turnos da noite teve uma adesão de 100% em Lisboa e 60% no Porto.
Os sindicatos exigem a revisão dos salários e, acima de tudo, a garantia dos postos de trabalho, uma vez que a TAP tem intenção de vender a Groundforce, prevendo os trabalhadores que algumas funções não sejam mantidas e que parte deles fiquem desempregados.
A administração, por sua vez, tenta suspender a greve com a chantagem dos números, chamando os sindicatos de “irresponsáveis” e dizendo que a empresa atravessa dificuldades financeiras e esta paragem implica perdas significativas.
Para minimizar os efeitos da greve, a TAP contratou a empresa Portway, a maior concorrente da Groundforce. José Guedes, do STHA*, considera esta atitude “inqualificável” e afirma que “estão a ser cometidas ilegalidades” ao “furar uma greve legítima para manter postos de trabalho”.
Já foi apresentada queixa contra a TAP, que responde que este acto de contratação é “perfeitamente legítimo porque é a TAP directamente e não a Grounforce que está a substituir os seus trabalhadores”.
José Guedes afirma ainda que “neste momento só a tutela pode chamar os cinco sindicatos* em greve para reunir”, e lamenta que “o próprio secretário de Estado tenha dito que não eram os sindicatos que iriam forçar o governo”.
Espera-se um aumento da adesão durante o dia e, ainda que a TAP garanta que não haverá voos cancelados, os sindicatos garantem que a greve se vai fazer sentir, nomeadamente em bagagem que não chegará ao destino.
* Sindicato dos Trabalhadores do Handling (STHA), Sindicato dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC)
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