Grécia: Estudantes ocupam escolas contra nova Lei do Ensino

No espírito das mais recentes declarações de Angela Merkel, que afirmou à Bloomberg que no Sul da Europa (concretamente em Portugal e em Espanha) havia licenciados a mais, o governo de coligação grego aprovou no ano passado uma nova lei do Ensino que coloca liceus contra liceus, aumentando a dificuldade de transitar de ano, assim como de aceder à universidade, dando ainda grande poder às empresas dentro das faculdades, reduzindo o número de professores e o orçamento para a Educação, eliminando ainda as residências universitárias e a gratuitidade do Ensino Superior. Em resposta, os estudantes gregos ocuparam mais de 600 escolas e 220 faculdades de 20 Universidades e Escolas Técnicas por toda a Grécia.

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Nos dias 3 e 4 de Novembro houve manifestações por todo o país, especialmente em Atenas, Tessalónica e Patras, exigindo a revogação da lei: vídeo aqui. Em 2013 o governo grego despediu todos os professores de laboratório e estima-se que no ensino secundário faltem pelo menos 5000 professores. O governo grego já não tem qualquer resposta e o ministro da Educação, Andreas Loverdos já declarou que “os alunos têm razão, mas o Estado não tem dinheiro”, ameaçando de seguido com acção policial para despejar escolas e faculdades. A repressão policial, com inúmeras detenções, começou no dia anterior às ocupações. As associações de pais e de professores apoiam as mobilizações e ocupações.

A ausência de notícias acerca do que se passa na Grécia mostra a que ponto pode chegar a degradação de uma sociedade. As fanáticas políticas de austeridade, associadas a uma violência e um silêncio ensurdecedor demonstram o pior que pode existir na humanidade: a indiferença. Travemos este ciclo.

 

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