Grécia: o referendo que faz tremer o Governo e a Europa

Há dias o primeiro-ministro grego anunciou um referendo à segunda intervenção da UE na economia grega. Esse referendo era o resultado de uma intensa mobilização popular contra a política de austeridade e de destruição da economia e serviria para os gregos dizerem se concordavam com o caminho de empobrecimento que estava a ser seguido.
Como se sabe, o segundo pacote de “ajuda” financeira continuaria o caminho seguido com ainda maior brutalidade social e seria gerido por um Administrador Alemão.
A Europa do Directório tremeu ao ouvir falar deste processo democrático forçado pela luta popular e logo obrigou a que a pergunta do referendo fosse uma ameaça aos gregos: querem ou não ficar na União Europeia e no Euro. O próprio Ministro das Finanças Grego recusou a ideia do referendo desde o início e lidera um conjunto de ministros que têm a mesma opinião.

Dentro do partido do Governo grego, PASOK, o medo do referendo instalou-se e muitos deputados deixaram de apoiar a maioria governativa que irá ser sujeita a um voto de confiança amanhã.
Nas últimas horas o primeiro-ministro grego tem estado a reunir com o conselho de ministros e com o Presidente para encontrarem uma solução governativa que, provavelmente, implicará um governo de salvação nacional com a presença da direita.
É um momento grave na Grécia que mostra várias coisas. Primeiro, mostra que só a mobilização social e popular podem mostrar e forçar um outro caminho que não seja a hecatombe social. Segundo, mostra que os líderes da Europa estão a falhar e fogem de quaisquer processos democráticos. Terceiro, mostra que o centro-esquerda grego não tem pudor a aliar-se à direita conservadora para continuar o caminho da hecatombe social.
 
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