Grécia: troika quer fim de semana de um dia e seis dias de trabalho
A troika propõe semanas de trabalho de 6 dias |
Depois do falhanço sucessivo dos planos de austeridade na Grécia, à semelhança aliás do que se passa em Portugal, a troika do FMI, BCE e CE deciciu propor ao Governo grego liderado por Samaras que se aumente um dia de trabalho por semana, ou seja, que se trabalhem 6 dias e se descanse apenas um. Esta foi apenas uma de diversas medidas de flexibilização do trabalho propostos pela troika através de um email enviado aos Ministérios do Trabalho e das Finanças.
A proposta, para além de ser de uma violência social sem limites porque implica mais 52 dias de trabalho não pago em cada ano, não faz nenhum sentido, pois o país já tem uma taxa de desemprego de 23,1% e aumentando o número de horas trabalhado por cada pessoa é certo que o desemprego aumentará.
Para além disso, a missão da troika na Grécia quer ainda a redução do tempo de descanso entre turnos, a eliminação das restrições às mudanças dos turnos pelo empregador, a redução da indemnização por despedimento para metade e o corte no prazo legal para o anuncio do despedimento.
Lembremo-nos que o Governo grego aceitou um corte adicional de 11,5 mil milhões de euros do orçamento do Estado, o que significa um corte de mais de 5% do PIB grego em apenas 2 anos. A Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos avisou que estas medidas irão significar uma recessão de 7% e o aumento da taxa de desemprego.
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Estamos a assistir às fundações para a criação de um país em que o trabalho se torna barato, o que permite às grandes corporações entrar em força neste mesmo país e salvar o dia com trabalho precário, baixos ordenados e zero direitos para os trabalhadores. No final, foi a Troika, essa mesmo, que “salvou” a Grécia com precariedade absoluta.
Se deixar-mos, acontece.
É um absurdo total!