Greve dos enfermeiros arranca com adesão superior a 80%
Enfermeiros e enfermeiras iniciaram esta 4ª feira uma paralisação de dois dias. Nas primeiras horas do protesto, a greve teve uma adesão superior a 80%. Em causa está a actual situação de carência brutal de profissionais, com graves consequências no serviço prestado aos utentes e nas condições de trabalho. Os enfermeiros falam em exaustão, nas horas extraordinárias acumuladas e nas folgas por gozar, mas também na falta de progressão na carreira. Para esta 5ª feira, 2º dia da greve, está marcada uma concentração em frente ao Ministério da Saúde, pelas 12h30.
Em resposta à mobilização dos enfermeiros, o ministro Paulo Macedo insiste em não assegurar a contratação dos profissionais necessários e limitou-se a lamentar o que considera a “banalização das greves”. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, em comunicado, assegura que a sua luta é em defesa do Sistema Nacional de Saúde e, em resposta ao ministro, afirma que “o dinheiro aplicado na saúde não é um gasto, é um investimento”. Em conferência de imprensa, o sindicato veio reafirmar a necessidade de contratar de imediato 2500 profissionais, estimando as necessidades totais em cerca de 25 mil (6500 nos cuidados primários e 19 mil nos hospitais).
Estes dados revelam a gravidade da situação, que coloca em causa a prestação de cuidados de saúde ao conjunto da população. Os enfermeiros, há muito afectados pela precariedade e pelo desemprego, forçados a emigrar nos últimos anos, são necessários para assegurar o direito fundamental à saúde. Esta é, assim, uma luta em defesa dos direitos laborais, mas sobretudo dos interesses do conjunto da comunidade.
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