Greve e protesto na UNICER, contra despedimento ilegal e precariedade na empresa

Trabalhadores da UNICER realizaram uma greve esta 2ª feira, em protesto contra o despedimento ilegal de um funcionário. Em concentração em frente às instalações da empresa, em Leça do Balio, foi exigida a reintegração do trabalhador e o fim da precariedade na empresa. A empresa alegou extinção do posto de trabalho, mas o trabalhador visado pelo despedimento, presente no protesto, garante ser “mentira” e que as suas funções são agora asseguradas por um trabalhador precário que ganha “metade do ordenado”.

unicer

Um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal presente na concentração confirmou as razões do trabalhador e os motivos da solidariedade e protesto dos colegas: o despedimento é ilegal, porque a empresa alegou extinção do posto de trabalho e, entretanto, contratou uma empresa de prestação de serviços para realizar as funções desempenhadas pelo trabalhador despedido”. Segundo este dirigente, a adesão à greve foi total entre os trabalhadores da produção e foi também uma “forma de luta contra o trabalho precário na Unicer”.

O trabalhador, que já está na empresa há 15 anos e cumpria as funções de chefe de armazém, garante que vai agora avançar com uma providência cautelar para tentar travar esta decisão que considera “injusta e ilegal”. Apesar da Unicer argumentar que se trata de “um caso isolado”, os trabalhadores já tiveram de ameaçar com a convocação de greves para evitar outros despedimentos semelhantes há alguns meses atrás.

É conhecida a estratégia, seguida em particular pelas grandes empresas, de descartar trabalhadores com direitos e recorrer ao trabalho precário. O frequente recurso à subcontratação, ao chamado “outsourcing”, é apenas uma forma descarada de contornar o respeito por direitos elementares. Aliás, basta ter em conta o que descreve o trabalhador despedido: “ao lado da minha secretária estava outra com o meu computador e telefone para o novo funcionário”. O mesmo posto de trabalho, mas agora ocupado por um trabalhador precário, através de uma empresa cujo único serviço que presta à Unicer é dispensá-la das devidas obrigações enquanto entidade patronal.

Notícias: i, Porto Canal, Notícias ao Minuto e Sol.

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