Greve Geral »»» UGT junta-se à CGTP
A UGT anunciou hoje que irá aderir à greve geral convocada pela CGTP. Assim, a greve anunciada aumenta de dimensão e amplia os sectores do trabalho envolvidos. A inadiável resposta ao PEC3 (orçamento 2011) está a ser dada pelos trabalhadores e pelas organizações dos mesmos. Os movimentos sociais certamente se juntarão e concretizarão intervenções de mobilização até ao dia da greve.
Não aceitamos, os trabalhadores precários e os não precários,que o roubo de mais salário e de serviços públicos, essenciais para quem trabalha, sejam a moeda de troca para uma crise de acumulação de alguns. Não aceitaremos mais roubos dos patrões com as mãos dos governos PS, PSD.
Recordemos que a única experiência anterior de greve geral conjunta foi em 28 de Março de 1988, em protesto contra o pacote laboral do então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva. Depois, dois ataques profundos às relações laborais através de revisões do código de trabalho: primeiro no sentido da precarização da generalidade das relações laborais, pela mão de Bagão Félix em 2003 num governo PSD-CDS, e mais recentemente no maior ataque às organizações sindicais (que foi o que foi feito na práctica através do ataque à contratação colectiva), por Vieira da Silva num governo PS em 2009.
Mais recentemente, foi disferido pelo governo desistente de Sócrates um ataque brutal à Segurança Social e aqueles que mais precisam. Um ataque à base de solidariedade da Democracia, portanto, à base da Democracia.
Os mesmos actores, os mesmos partidos, as mesmas opções. O resultado foi um país mais pobre que generalizou a precariedade das relações laborais, estando a par da Espanha e da Polónia no podium dos contratos a prazo. O resultado foi um país onde o ajustamento da economia e das empresas às dinâmicas do sacro-santo mercado é feito através do inevitável ajuste no valor do trabalho. O resultado foi a criação ao longo de 30 anos de uma classe empresarial que “não produz nem um lápis”, concentrando-se em sectores de pouco risco, baixa introdução de tecnologia na produção, e de mão de obra intensiva explorada agora, desde a indústria aos serviços (call-centers, shoppings, segurança privada…).
Depois do PEC1 e PEC2, vem agora o PEC3. Sabemos que é austeridade sem fim à vista. Neste pacote, o principal objectivo passa por nos imporem que, segundo enquadramento legal de excepção, teremos de aceitar baixas brutais dos salários, isto num dos países da europa onde o fosse salarial entre dirigentes e trabalhadores é maior. Mas é o próprio FMI, braço político-militarizado do capital quem já nos avisa, “vêm aí recessão em 2011”. Ou seja, a receita da baixa de salários está aí para ser mais uma regra do salve-se quem puder, no sector público, e como é óbvio, no privado. Uma receita para ficar.
Já sabemos. Por isso não esperamos mais. Sabemos que só a resposta enérgica dos trabalhadores pode colocar um travão na mão dos gatunos. Vamos para a rua. O país vai parar, a produção vai parar. Entretanto, acumulam-se os patrões ou testas de ferro a vociferar contra a greve.
Desenganem-se! A greve geral vai mais uma vez demonstrar duas premissas em que se baseiam as relações laborais de sociedades que se organizam para a exploração: a parte mais frágil da relação laboral é aquela que menos retorno tem do seu próprio trabalho (I), mas é o trabalhador que comanda a acumulação deles (II)…
…e dia 24 de Novembro dizemos: NÃO TRABALHAMOS!
Vamos à LUTA! Na RUA!
Ver:
UGT junta-se à CGTP na greve geral de 24 de Novembro
Governo PSD uniu as duas centrais pela primeira vez em 1988