Greve na Função Pública foi "um imenso protesto"
A greve geral dos trabalhadores da Função Pública, que uniu na convocação diversas estruturas sindicais (Frente Comum, FESAP e STE), terá tido uma adesão a rondar os 80%. “Um imenso protesto”, nas palavras de Carvalho da Silva, que, no entanto, preferiu sublinhar as razões da greve e as “necessidades de resposta”, relativamente à proposta de congelamento salarial, após a continuada erosão dos salários ao longo da última década.O Governo, por seu lado, limita-se a falar numa adesão de cerca de 14%.
Concretamente, a greve afectou ou paralisou, durante todo o dia de ontem, vários serviços do Estado. Na recolha do lixo, nas escolas, nos hospitais, nos serviços das Finanças ou da Segurança Social: em várias áreas da Administração Pública, o protesto dos trabalhadores teve efeitos no funcionamento dos serviços.
Para lá da guerra dos números, o Governo tem a responsabilidade de responder pelo problema concreto que originou este protesto, ou seja, as escolhas a fazer no contexto de dificuldades que atravessamos. Infelizmente, a receita é a mesma de sempre e a mais fácil: penalizar os salários e os direitos.
A ofensiva sobre os trabalhadores da Função Pública diz respeito, por todas as razões, ao conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras. Desde logo, porque tem um efeito de reprodução no sector privado – o congelamento salarial será obviamente generalizado, por exemplo. Além disso, a degradação das condições de trabalho no Estado afectam a qualidade dos serviços públicos, com efeito sobre toda a população.
Ana Avoila, da Frente Comum, anunciou ainda uma “grande manifestação” para o mês de Maio. Bettencourt Picanço considerou a greve de ontem “um sinal” e, perante a previsível teimosia do Governo, garante novas formas de luta, entre as quais a manifestação anunciada pela Frente Comum. Nobre dos Santos, da FESAP, declarou também que se seguirão outras respostas no futuro.
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