Groundforce despede 336 e corta direitos a 2000

A empresa de handling, que é detida em 100% pela TAP, vai encerrar o seu balcão de Faro e, por isso, decidiu despedir 336 trabalhadores. Mais insólito é que a empresa decidiu informar os trabalhadores do despedimento via email.

Para além disto, Fernando Melo decidiu também cortar nas “regalias” dos restantes 2000 trabalhadores de Lisboa, Porto e Madeira, a fim de “salvaguardar” os seus postos de trabalho. Segundo a administração da Groundforce a renegociação do Acordo de Empresa pode significar uma “poupança” de 12 milhões de euros.

As “regalias” a serem cortadas são o fim do intervalo para pequeno almoço, o alargamento do horário de trabalho e flexibilização da estrutura (banco de horas para as altura de pico), fim do pagamento dos 3 primeiros dias de doença em situações de baixa (ficando o regime geral) e aumentando os dias de trabalho de 4,5 para 4,99, seguidos de 2 dias de descanso.

É sintomático que a empresa de capitais públicos que detém a Groundforce, a TAP, ache que se devem cortar as regalias quando os 171 cargos de chefia da TAP recebem 8,58 vezes mais do que os salários mais baixos da própria empresa. Ou seja, 336 despedimentos e corte nos direitos adquiridos são gordura que tem de ser eliminada apesar dos resultados da empresa terem melhorado 20% no último ano, mas nos 4,4 mil euros por mês que cada chefe recebe ninguém toca.
Por exemplo, o presidente da Groundforce indicado pela TAP – Luís Correia da Silva – é da direcção da actual campanha de Cavaco Silva, pertencendo ao núcleo duro do Presidente da República.

Dos trabalhadores da Autoeuropa vem o aviso à navegação: o Governo nada disse sobre o despedimento dos 336 trabalhadores da Groundforce Faro, “para abrir as portas à privatização da TAP”. No comunicado da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa os trabalhadores afirmam que “Não podemos, nem devemos aceitar um despedimento que mais não é que a substituição de trabalhadores com direitos por mão-de-obra mais barata” e continuam dizendo “os sindicatos da CGTP e da UGT têm de travar estes despedimentos. Não queremos voltar a ver políticas sindicais que competem entre si pela melhor indemnização, em detrimento da garantia de emprego”.

Os Precári@s Inflexíveis estão solidários/as com os trabalhadores/as da Groundforce ameaçados de despedimento e repudiam estas acções de uma empresa pública.

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