Helena André quer ir para Bruxelas com acordo que penaliza os trabalhadores
O Governo quer ter na mão já na próxima terça-feira um acordo na concertação social que lhe permita apresentar-se em Bruxelas com uma promessa de mais flexibilização do mercado de trabalho em Portugal.
Já sabíamos que Helena André queria reduzir o valor da indemnização dos trabalhadores, baixando de 30 para 20 o número de dias que um trabalhador recebe por cada ano de trabalho numa empresa, recebendo no máximo 12 meses de salário ou 145.500 euros (300 salários mínimos).
Mas agora, e ao contrário do que o PS tem dito no Parlamento, nomeadamente aquando da discussão de projectos do PSD e do CDS, que queriam mais precarização do emprego, o Governo quer ainda conseguir que o regime de contratação a prazo seja “revisto”. Ou seja, o executivo de Sócrates quer que os contratos a termo deixem de ter um carácter excepcional e que a precariedade se torne regra.
A CGTP já anunciou a sua saída destas conversações, visto que está demonstrado que não existe nenhuma tentativa de conciliação das posições entre patrões e sindicatos, e que o Governo pretende apenas destruir os direitos dos trabalhadores como já havia sido pedido pela Confederação Empresarial de Portugal e pela Confederação do Comércio e Serviços. A UGT, através de João Proença – líder desta central sindical e membro da direcção do Partido Socialista -, mantém-se nesta farsa e provavelmente assinará esta declaração de guerra aos trabalhadores.
Parece que os ecos da manifestação de 12 de Março não chegaram aos parceiros sociais.
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