Henrique Miguel Pereira, opinião :: O Estado da Investigação em Portugal

Publicamos hoje o sétimo testemunho sobre o estado da investigação em Portugal, desta vez de Henrique Miguel Pereira, investigador da FCUL-CBA.

Foto: Público
Foto: Público

“O principal problema na investigação em Portugal é a ausência de posições permanentes (isto é posições da carreira docente universitária). Infelizmente, apenas em 2009 o Estatuto da Carreira Docente Universitária acabou com a posição de assistente. Assim, durante duas décadas co-existiram dois percursos em paralelo: os que faziam o doutoramento e pós-doutoramento com bolsas e aqueles que entravam para a carreira universitária mal acabavam o curso como assistentes. Durante os últimos dez anos as universidades basicamente absorveram os segundos para as posições permanentes de Prof. Auxiliar, enquanto que os primeiros vão de bolsa em bolsa ou de contrato em contrato. Mais, quando abrem posições no meio da carreira (ex. Professor Associado), tipicamente entram os docentes da casa com vínculo. Ou seja, estão quase vedadas todas as possibilidades de alguém que foi bolseiro durante 10 anos aceder a uma posição de carreira. A abertura de posições permanentes na carreira docente universitária e a obrigatoriedade das universidades que contratam investigadores FCT converterem essas posições em permanentes parecem-me ser as principais medidas a serem tomadas na investigação científica em Portugal.”

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